Direitos Humanos

Pai de menina assassinada por adolescente é contra redução da maioridade

16/06/2015 - 11:19  

O vereador de São Paulo Ari Friendenbach defendeu pena mais severa para adolescentes que cometem crimes hediondos, como estupro, sequestro, latrocínio e homicídio. No entanto, ele é contra a redução da maioridade.

"Defendo só para esses casos a aplicação de uma pena mais severa, mas jamais em um presídio comum. Seria uma instituição para menores de idade, unidades menores, com atendimento personalizado. A ressocialização é mais importante do que a pena", disse, em audiência pública que discute alternativas à redução da maioridade penal, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias.

Friendenbach é pai de Liana, assassinada aos 16 anos junto com o namorado por um grupo de criminosos liderados por Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, na época com 16 anos. O crime ocorreu em 2003. Liana foi torturada e estuprada antes de ser morta a facadas por Champinha.

Advogado, Friendenbach cita como exemplos Alemanha e Espanha, que reduziram a idade penal sem alcançar o efeito esperado. “Os jovens colocados em presídios tiveram contato com pessoas mais violentas”, aponta. Segundo ele, o índice de reincidência nos presídios comuns brasileiros é de 70%, enquanto na Fundação Casa, que aplica medidas socioeducativas em adolescentes em São Paulo, é de 15%.

“Com a redução da maioridade vamos deixar a situação nos presídios, que é caótica, muito pior”, afirma. “Existe toda uma indústria com grandes interesses em relação à maioridade penal. Tem as empresas de segurança, a indústria de carro blindado: temos que olhar para os bastidores.”

O debate ocorre no plenário 9.

Reportagem - Noéli Nobre
Edição - Daniella Cronemberger

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