Em sessão solene, deputados pedem combate à violência contra jovens negros
18/11/2014 - 23:59
A Câmara dos Deputados realizou sessão solene em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra, a ser celebrado em 20 de novembro. A autora da sugestão da solenidade, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), destacou a necessidade do combate à discriminação racial e ao que chamou de “extermínio da juventude negra do País”.
“O Dia Nacional da Consciência Negra é um chamamento ao Congresso Nacional: queremos que a nossa juventude viva! Que a juventude negra possa fazer parte deste País com a plena convicção de que temos uma sociedade livre, democrática, plural e soberana”, declarou Benedita.
O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) afirmou que não é mais possível conviver com o grande número de mortes na parcela negra da juventude brasileira. “Essa Casa não pode mais se omitir. O Parlamento tem construído pautas vazias, dissociadas das exigências e das prioridades do povo brasileiro”, argumentou.
Participação crescente
Já o deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE) citou como avanço a participação cada vez maior de negros no governo, em diversas instituições e em suas comunidades “com coragem e determinação”.
Na opinião de Chico Lopes (PCdoB-CE), a discriminação precisa ser debatida todos os dias. “É um desafio em que avançamos muito, mas no qual ainda precisamos evoluir sobremaneira, para buscarmos um País efetivamente justo”, disse.
Por sua vez, o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), ressaltou o compromisso “com o fim do preconceito e a discriminação, um compromisso com a valorização das nossas raízes afrodescendentes”.
Luta histórica
Para o deputado Luiz Alberto (PT-BA), a data é das mais significativas para o povo brasileiro. Ele celebrou a memória de Zumbi dos Palmares, destacando-o como referência de luta por igualdade no País.
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, encaminhou pronunciamento à homenagem destacando que a solenidade é uma ocasião para “dar mais alguns passos na marcha difícil e lenta em direção à justiça nunca feita ao irmão negro”.
“Consciência é a palavra que, para mim, constitui a marca deste dia. Não se trata, portanto, de festejar, brindar e exaltar. Trata-se de compreender, refletir, propor, ou melhor, desafiar padrões estabelecidos e desmistificar verdades inconsistentes. Se todos aspiramos a um País mais fraterno e solidário, é fundamental que nos alinhemos a essa luta histórica, mil vezes travada”, concluiu Alves.
Da Redação – PT
