Direitos Humanos

Comissão aprova imunidade para opiniões e votos de conselheiros tutelares

17/11/2014 - 17:20  

Divulgação
Deputada Erika Kokay (PT-DF)
Érika Kokay: medidas de proteção às crianças e adolescentes muitas vezes entrem em choque com o Estado.

A garantia de imunidade para opiniões e votos de conselheiros tutelares entra em fase final de tramitação na Câmara dos Deputados. Proposta (PL 1029/11) do deputado Dr. Ubiali (PSB-SP) com esta finalidade foi aprovada na quarta-feira (12) pela Comissão de Seguridade Social e Família.

O texto altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) para determinar que os conselheiros tutelares são invioláveis por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. No parecer favorável à proposta, a relatora, deputada Érika Kokay (PT-DF), argumenta que a medida dará a devida autonomia e independência aos conselhos tutelares.

"Os conselhos tutelares aplicam medidas de proteção, portanto, eles lidam com crianças e adolescentes com direitos violados. E, muitas vezes, as medidas protetivas entram em choque com o Estado em suas mais variadas expressões”, observa Érika Kokay. “Com este projeto aprovado, assegura-se que um órgão absolutamente fundamental para o sistema de garantias de direitos de crianças e adolescentes possa exercer o seu papel."

Evitar abusos
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, cada conselho é composto por, no mínimo, cinco pessoas escolhidas na comunidade onde atuam. Érika Kokay avalia que a imunidade de opinião para os conselheiros vai evitar abusos como o que a deputada constatou em um município do Amazonas.

"Na CPI da Exploração sexual, nós estivemos no município de Coari, onde o prefeito municiava uma rede de exploração sexual e se servia dessa rede, inclusive com recursos públicos”, lembra a deputada.

“Os conselheiros tutelares denunciaram e sofreram uma verdadeira investida da prefeitura contra os seus próprios direitos, inclusive com ameaças de serem processados porque denunciaram a violação de direitos”, explica a parlamentar. “Com este projeto aprovado, o conselheiro vai ter imunidade."

Tramitação
A proposta agora será analisada, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (inclusive quanto ao mérito). Se aprovada, poderá seguir diretamente para análise do Senado.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Newton Araújo

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Íntegra da proposta