Direitos Humanos

Evandro Lins e Silva pode ser patrono do prêmio de Direitos Humanos da Câmara

18/09/2014 - 17:40  

Divulgação
Deputado Renato Simões (PT-SP)
Simões: a homenagem é parte do esforço da sociedade por memória, verdade e justiça em relação ao que foi a ditadura militar.

O jurista Evandro Lins e Silva poderá ser o patrono do prêmio de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. A homenagem consta de projeto de resolução (PRC 234/13) que está em análise na Mesa Diretora da Câmara.

O texto cria o Prêmio Evandro Lins e Silva de Direitos Humanos, a ser concedido anualmente pela Câmara a três cidadãos ou instituições que tenham se destacado na promoção e na defesa dos direitos humanos no País.

A Casa também fica autorizada a utilizar recursos próprios ou captar patrocínio para apoiar as ações dos premiados. Autor da proposta, o deputado Renato Simões (PT-SP) afirma que, ao ter um prêmio associado à figura do jurista, a Câmara se une aos esforços de reafirmação dos valores democráticos do País. "A homenagem ao Evandro Lins e Silva faz parte do esforço da sociedade brasileira por memória, verdade e justiça em relação ao que foi a ditadura militar no Brasil."

Simões lembra que, ao completar 50 anos do golpe militar de 1964, "a sociedade brasileira vem resgatando a memória de importantes brasileiros, como Evandro Lins e Silva, que foi destituído de suas funções e, após ser cassado, se transformou em uma das grandes referências na defesa de presos políticos no Brasil e um dos maiores criminalistas que nós já tivemos."

Exemplo de atuação
Pelo projeto, o prêmio de direitos humanos da Câmara será entregue sempre em 17 de dezembro, dia da morte do jurista.

OAB
Jurista Evandro Lins e Silva
Lins e Silva morreu aos 90 anos, em 2002. A OAB anunciou a construção de um memorial em sua cidade natal, Parnaíba (Piauí).

O piauiense Evandro Lins e Silva iniciou a vida jurídica em 1932, no Rio de Janeiro. Ocupou o Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil em vários períodos. Foi ministro do ex-presidente João Goulart, procurador-geral da República e ministro do Supremo Tribunal Federal, de onde teve de se afastar por imposição da ditadura, em 1969.

O secretário-geral adjunto da OAB, Cláudio Stábile Ribeiro, já se reuniu com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, para manifestar o apoio da instituição ao prêmio.

Ribeiro assinalou que a OAB considera essa iniciativa da Câmara dos Deputados fundamental para incentivar ações, movimentos e instituições que lutam pela defesa dos Direitos Humanos no Brasil.

"O jurista Evandro Lins e Silva é um dos expoentes do mundo jurídico e da história do País e não se curvava diante das imposições e das arbitrariedades do regime militar. Então, é um dos símbolos de resistência democrática e de defesa dos direitos humanos".

Evandro Lins e Silva morreu aos 90 anos, no Rio de Janeiro, em 2002. A OAB anunciou a construção de um memorial em sua homenagem em Parnaíba, sua cidade natal, no Piauí. O jurista também será o patrono da (23ª) Conferência Nacional dos Advogados, prevista para outubro.

Tramitação
O projeto que cria o prêmio de direitos humanos da Câmara deve ser votado em Plenário logo após as eleições.

Reportagem - José Carlos Oliveira
Edição – Regina Céli Assumpção

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