Direitos Humanos

Em disputa acirrada, Assis do Couto assume Comissão de Direitos Humanos

Deputado do PT elegeu-se com 10 votos contra 8 de Jair Bolsonaro, que lançou candidatura avulsa.

26/02/2014 - 18:39   •   Atualizado em 27/02/2014 - 15:30

Assista à reportagem sobre a polêmica em torno da presidência da comissão

Em votação apertada, o deputado Assis do Couto (PT-PR) foi eleito, nesta quarta-feira (26), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Foi a única das 21 comissões permanentes da Casa instaladas hoje em que houve disputa. Apesar do acordo para que o PT ficasse com o comando do colegiado, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) apresentou candidatura avulsa e exigiu a inscrição de seu nome na disputa.

"Qualquer outra candidatura, independente de ser do Partido dos Trabalhadores ou não, é legal e regimental. E peço à vossa excelência que dê prosseguimento às eleições", disse Bolsonaro ao então presidente, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP).

O resultado apontou 10 votos para Couto e 8 para Bolsonaro. A votação foi secreta, como prevê o Regimento Interno da Casa. O deputado Nilmário Miranda (PT-MG) será o 1º vice-presidente - os 2º e 3º vices serão definidos posteriormente.

Novo presidente
O novo presidente da Comissão de Direitos Humanos tem 53 anos, está no terceiro mandato como deputado federal, com atuação ligada à agricultura familiar e à reforma agrária.

Assis do Couto adiantou que quer garantir a voz das minorias no colegiado. "Entender a diversidade e a pluralidade desse país é uma missão de todos nós. Isso sem perder o foco da defesa dos direitos humanos daquelas minorias que ainda têm seus direitos violentados, infelizmente."

Feliciano
A eleição de hoje foi acompanhada por representantes de movimentos indígenas, LGBTT e outras entidades da sociedade civil, que comemoraram o resultado.

Ao se despedir do comando da comissão, o agora ex-presidente Marco Feliciano fez agradecimentos e balanços de sua gestão. "Foi um ano turbulento para nós, mas mesmo o prejuízo de tempo não nos impediu de trabalhar. Mostramos que existe uma amplitude de pensamentos acerca do que é, de fato, direitos humanos”, disse.

No ano passado, o PT, que tem prioridade na escolha das comissões que presidirá, abriu mão da Comissão de Direitos Humanos. A eleição de Feliciano gerou protestos de grupos que o acusavam de racismo e homofobia. O parlamentar afirmou que não guarda ressentimentos: “meu nome foi achincalhado publicamente, porém o assunto é passado e não resta, no meu coração, nenhum tipo mágoa acerca do que ocorreu".

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Marcelo Oliveira

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