Direitos Humanos

Debatedores reivindicam criação de Secretaria Nacional do Idoso

Ministra Maria do Rosário ressalta a necessidade de antes fortalecer os conselhos de idosos nos municípios.

14/06/2012 - 15:11  

Renato Araújo
Dep. Vitor Paulo (presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Idoso)
Vitor Paulo: Estado tem papel crucial no desenvolvimento de ações para os idosos.

Palestrantes defenderam na manhã desta quinta-feira (14) a criação da Secretaria Nacional do Idoso, a fim de melhorar a gestão das políticas públicas voltadas a essa população. O novo órgão foi uma das metas definidas na 3ª Conferência Nacional da Pessoa Idosa, em novembro de 2011.

Deputados e representantes do Executivo e de entidades ligadas ao tema participaram do seminário pelos dez anos do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, promovido pela Frente Parlamentar em Apoio ao Idoso, em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

De acordo com a presidente do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, Karla Cristina Giacomin, a velhice brasileira é invisível e as políticas públicas atuais não atendem à população a partir dos 60 anos. “Queremos uma secretaria com técnicos preparados sobre a questão da velhice”, disse.

O coordenador da frente parlamentar, deputado Vitor Paulo (PRB-RJ), ressaltou que é “crucial” o papel do Estado para implementar políticas em favor dos idosos e de suas famílias.

Compromisso
A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirmou que a criação da Secretaria do Idoso é um compromisso do governo federal. Segundo ela, no entanto, é necessário antes fortalecer a existência de conselhos de idosos nos municípios. “Queremos que a secretaria tenha bases fortes”, destacou. Atualmente, existem cerca de 1.920 conselhos nos 5.565 municípios brasileiros.

Conforme Maria do Rosário, as verbas para criação de novos conselhos partirão do Fundo Nacional do Idoso, criado em 2010. “Estamos trabalhando para que os primeiros recursos fortaleçam conselhos municipais do idoso e, assim, tenhamos uma rede atuando em conjunto”, comentou.

Representatividade
Para a participante da Executiva do Conselho Municipal do Idoso de São Paulo, Nilda Florio, falta a presença de idosos nos conselhos. “Os órgãos geralmente não têm como presidente um idoso. O idoso não se manifesta e ele se afasta”, disse a aposentada, de 77 anos.

O Brasil possui cerca de 18 milhões de idosos, de acordo com dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2050, de cada quatro brasileiros um terá mais de 60 anos.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Marcelo Oliveira

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