Consumidor

Minas e Energia vai encaminhar ao MP caso de mortes por choque elétrico

16/07/2013 - 21:24  

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Audiência Pública para discutir as falhas no sistema de proteção nos fios de transmissão de energia elétrica de Pernambuco

As mortes provocadas por falhas na rede elétrica da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) indignaram deputados em audiência pública da Comissão de Minas e Energia nesta terça-feira. Foram 31 óbitos por choque elétrico nas ruas do estado em 2012, uma média de quase três por mês.

Apesar da ausência de estatísticas oficiais, a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade estima que desde 2008 houve mais de mil acidentes fatais. A Comissão de Minas e Energia vai encaminhar o caso para o Ministério Público Federal.

O pai de Davi Lima Santiago Filho, que faleceu eletrocutado após esbarrar em um fio desencapado na cidade de Recife, em junho deste ano, culpa a Celpe pela tragédia. "Isso se chama negligência e irresponsabilidade total. Não há nenhum medo de punições, quer seja da Justiça, quer seja da Aneel ou dos órgãos reguladores."

Acusações à Celpe
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Celpe foi a empresa campeã de reclamações em 2012. No entanto, o presidente da empresa, Luiz Antônio Ciarlini, alegou que a rede elétrica, responsável pela morte de Davi Filho, é da prefeitura de Recife.

Além disso, Ciarlini afirmou que a maioria dos acidentes com choque elétrico não é provocada por falhas nos equipamentos da empresa. "São ocupações de áreas de forma desordenada dentro do estado. São trabalhadores não qualificados que se aproximam da rede elétrica e tocam inadvertidamente na rede elétrica. São ligações clandestinas que ocorrem na medida em que elas vão ser executadas por pessoas desabilitadas, que venham a sofrer acidentes fatais."

Já os deputados fizeram uma série de acusações à Celpe, que vão desde o crescente número de interrupções no fornecimento de energia elétrica até o uso de policiais para invadir residências com ligações clandestinas.

Terceirização
O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), que já apresentou um pedido de cancelamento da concessão da companhia, acredita que as falhas se devem principalmente à terceirização da mão-de-obra. "A empresa tem visado apenas os lucros, deixando de lado a qualidade do serviço, pagando por uma mão-de-obra menos qualificada e mais barata. A prova de que isso está prejudicando o fornecimento de energia elétrica no estado de Pernambuco é a qualidade do serviço que tem piorado bastante ano a ano."

Da Rádio Câmara - RCA

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.