Consumidor

Internautas pedem volta da venda de inibidores de apetite

27/02/2013 - 20:25  

Laycer Tomaz / Câmara dos Deputados
Dep. Dr. Paulo César (PSD/RJ)
Dr. Paulo César, durante o videochat com internautas: "É preciso obter consenso antes de chegar à votação."

Os internautas que participaram nesta quarta-feira de videochat sobre a liberação da venda de inibidores de apetite, promovido pela Coordenação de Participação Popular (CPP) da Câmara dos Deputados, foram unânimes em defender a volta da venda desses remédios. Eles debateram o tema com o relator do Projeto de Lei 2431/11  na Comissão de Seguridade Social e Família, deputado Dr. Paulo César (PSD-RJ). O texto impede a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de proibir a produção de sibutramina, anfepramona, femproporex e mazindol.

A venda dos três últimos está proibida pela Anvisa desde setembro de 2011. Já a sibutramina ainda pode ser comercializada, desde que o paciente assine termo de esclarecimento sobre seus riscos.

Relatório inconcluso
O relator do projeto, que é médico-cirurgião, chegou a apresentar à comissão parecer favorável à venda, mas decidiu voltar atrás para estudar melhor o tema. Ele ainda não indicou como será seu novo parecer, mas no bate-papo com os internautas mostrou-se favorável ao uso responsável dos inibidores.

“De março a setembro de 2011, fizemos várias audiências públicas com cardiologistas, endocrinologistas e nutricionistas para discutir o tema e convencer a Anvisa de que o anseio da população e da sociedade médica é pela continuidade dos medicamentos. Eles ressaltaram a necessidade imperiosa desses remédios para os obesos que têm doenças associadas, mas a agência não entendeu assim”, disse Dr. Paulo César.

De acordo com o parlamentar, está provado que o paciente que usa anorexígenos e consegue emagrecer reduz o uso de outros remédios hipertensivos e para diabetes. “Temos quase 50% dos brasileiros com sobrepeso. Diante disso, precisamos avaliar com cuidado o melhor a ser feito para a sociedade”, completou.

Para o deputado, os efeitos colaterais dos inibidores de apetite são mínimos, mas é preciso ter o cuidado de não misturá-los com álcool, por exemplo. “Há pacientes que não seguem a orientação médica, mas as complicações são poucas e os benefícios são grandes”, completou.

Porém, ele foi taxativo ao defender a associação de acompanhamento nutricional e de exercícios físicos ao tratamento, e criticou o uso abusivo pelos pacientes. Em resposta ao internauta Flávio, que perguntou sobre os abusos no uso de inibidores, Dr. Paulo César respondeu: “A pessoa se acomoda muito. Quer tomar mais inibidor para poder comer mais doces e se exercitar menos”.

Os internautas também criticaram a postura de deputados que têm acesso a dados e estudos favoráveis aos inibidores, mas “preferem se omitir para não se expor” diante de um tema tão polêmico. Dr. Paulo César disse que a retirada do relatório não é uma omissão.

Debates

Ele pretende promover duas audiências públicas e conversar mais com a Anvisa e com o governo antes de fechar o seu relatório, que deverá ser entregue em maio à comissão. “É preciso obter consenso antes de chegar à votação”, disse.

O projeto de lei ainda terá de ser votado por outras duas comissões, após a de Seguridade Social e Família.

Reportagem – Patricia Roedel
Edição – João Pitella Junior

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