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Conselho de Comunicação do Congresso repudia violência contra jornalistas durante greve dos caminhoneiros

05/06/2018 - 15:49  

O Conselho de Comunicação Social (CCS) do Congresso Nacional aprovou nesta segunda-feira (4) nota de repúdio às ameaças à liberdade de comunicação durante a greve dos caminhoneiros, ocorrida no final de maio. De acordo com o Conselho, agressões a profissionais da imprensa atingiram o seu ápice durante a cobertura do movimento grevista.

O texto aprovado foi redigido pelo conselheiro Davi Emerich, representante da sociedade civil, com base nos relatos da conselheira Maria José Braga, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). De acordo com a Fenaj, ainda há relatos de ameaças e agressões a profissionais que trabalhavam na cobertura da greve em nove estados brasileiros, e o número pode aumentar.

Pedro França / Agência Senado
Davi Emerich Conselho Comunicação Social CCS
Davi Emerich acredita que outros casos de violência ocorridos durante a greve ainda devem chegar ao conhecimento de entidades profissionais

“Provavelmente muitos outros casos no interior do Brasil não chegaram ainda ao conhecimento das entidades profissionais que representam os jornalistas e radialistas”, disse Emerich.

Entre os fatos denunciados estão impedimentos à cobertura, a imposição de destruição de imagens feitas em Pernambuco, a ameaça de atirar um repórter de um viaduto no Paraná e agressões a pauladas a um repórter cinematográfico e um técnico de áudio no interior de São Paulo. Também há denúncia de censura interna em um jornal de Pernambuco, que teria distorcido as informações para dar um foco desfavorável aos grevistas.

Recomendações
Na nota, o Conselho de Comunicação afirma que a escalada de violência contra a imprensa precisa cessar e recomenda rigor do governo na aplicação das leis para garantir a livre produção de informação. Às empresas e profissionais de comunicação, a recomendação é de objetividade e transparência na cobertura. A nota também traz um apelo.

“Aos diversos segmentos de trabalhadores da sociedade, agora, especialmente aos caminhoneiros e suas entidades, que repensem seus atos e passem a valorizar o trabalho da comunicação social, sem o qual as suas reivindicações podem se converter não em vitórias, mas em agressões ao nosso bem maior, a democracia”, disse o conselheiro.

A nota será encaminhada ao presidente do Congresso Nacional, Eunício Oliveira.

Da Redação - AC
Com informações da Agência Senado

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