Não há perfil definido de consumidor de pornografia infantil, diz perito
15/09/2015 - 16:30
O perito da Polícia Federal André Abreu Magalhães, que participou das Operações Proteja Brasil: Darknet e Gênesis, afirmou há pouco que não há um perfil especifico de pessoas que consomem pornografia infantil na internet. "Basta ter um dispositivo conectado à rede", disse. Ele participa de audiência pública da CPI dos Crimes Cibernéticos, que ocorre no plenário 11.
Magalhães dividiu esses usuários em três categorias: iniciantes, amadores e profissionais. O primeiro tipo usa sites de busca na internet para obter o material. O segundo participa de chats. O último tipo, o profissional, usa grupos restritos que trocam dados criptografados e devem fornecer material novo para se manter no fórum. "A criptografia dificulta o trabalho da polícia, mas não inviabilizaexplicou, citando a operação Darknet, que lidou com esse tipo de dados.
O perito destacou que a pornografia infantil movimenta bilhões por ano. "Pessoas pagam por isso usando normalmente moedas digitais, como a bitcoin", explicou, alertando para a necessidade de o poder público fiscalizar a entrada das “bitcoin” no Brasil. "O fato de preverem o anonimato dos usuários abre brecha para atuação criminosa e pode gerar problemas também para receita federal. É um paraíso fiscal à disposição de todos", afirmou.
A Polícia Federal tem um departamento dedicado aos crimes na internet, que conta com equipamentos de ponta para decifrar códigos e senhas, rastrear contas bancárias e ligações telefônicas. "Essa estrutura responde à lei dos crimes cibernéticos. Estamos preparados para isso", disse. O perito lembrou que parecerias com organizações não-governamentais (ONGs), como a Safernet, e denúncias do Disque 100 são essenciais, assim como parcerias internacionais.
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Reportagem - Geórgia Moraes
Edição - Adriana Resende