Ciência, tecnologia e Comunicações

Cleber Verde quer fortalecer comunicação da Câmara e expandir cobertura

Primeiro deputado a comandar a Secretaria de Comunicação da Casa elogia o trabalho que vem sendo feito pelos veículos, diz que a cobertura não será partidarizada e que pretende dar ainda mais espaço às atividades parlamentares e buscar proximidade com a população

31/03/2015 - 18:27  

Arquivo/Lucio Bernardo Junior
Cleber Verde
Cleber Verde disse que haverá imparcialidade e que a comunicação da Casa já faz "trabalho de excelência"

O deputado Cleber Verde (PRB-MA) foi designado para o cargo de secretário de Comunicação Social da Câmara, para o biênio 2015-2016. A reestruturação da Secretaria de Comunicação Social foi proposta pela Mesa Diretora e aprovada no dia 12 de março pelo Plenário.

A Secretaria de Comunicação, que pela primeira vez terá um deputado à sua frente, comandará o sistema de comunicação da Câmara, que inclui a TV Câmara, a Rádio Câmara, a Agência Câmara Notícias e o Jornal da Câmara, além de setores de participação popular, publicidade e relações públicas.

Na legislatura passada, Cleber Verde foi integrante da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, e atuou na comissão especial para regulamentar a digitalização das rádios. O deputado também é integrante da Frente Parlamentar Evangélica.

Leia abaixo entrevista do deputado Cleber Verde.

Quais os planos da Secretaria de Comunicação da Câmara para a comunicação da Casa?
Esse é um momento histórico, a primeira vez que um deputado comanda a secretaria. Eu quero agradecer de forma especial a Deus pela oportunidade, ao meu presidente do PRB, o líder do meu partido, Celso Russomanno, e aos meus pares do partido, pela indicação para assumir essa secretaria. E de forma muito especial agradecer ao presidente, porque foi por ato da Presidência, através do deputado Eduardo Cunha, que fui conduzido a secretário.

Faço questão de registrar que minha ida para a secretaria tem um objetivo claro. Primeiro, manter a estrutura, que hoje funciona perfeitamente bem. A Câmara tem uma estrutura de comunicação que já faz um trabalho de excelência. Com profissionais extremamente qualificados, preparados, transmite e faz um trabalho, através da televisão, da rádio e da agência, um complexo de mídia, que disponibiliza informação para a população.

Nesse primeiro momento vamos ouvir bem os funcionários e conhecer a infraestrutura da Casa. E me coloco como secretário à disposição para identificar o que é possível ser ajustado para fortalecer e criar condições para que a atividade parlamentar, que é o alvo principal dos meios de comunicação da Casa, possa ser expandida.

Como o senhor avalia o envolvimento de um deputado com a comunicação da Câmara?
Eu entendo que cada parlamentar ao chegar aqui de alguma maneira faz um trabalho de comunicação, acaba tendo um pouco de conhecimento da área, até porque precisamos nos comunicar no dia a dia para poder falar com nossos eleitores, conversar com nosso eleitorado.

Eu estou no meu terceiro mandato, e a gente sabe exatamente o que é importante, o que é que precisa ser feito para fortalecer a atividade parlamentar. A presença de um deputado vai facilitar a interlocução de toda uma estrutura que existe, não só de equipamento, mas de pessoal. Repito, a Câmara tem excelentes profissionais, da Casa e terceirizados, que fazem um trabalho já a contento, mas que algumas demandas de suas chefias, que alguns processos acabam infelizmente não tendo a devida prioridade. E na condição de secretario, como parlamentar, no mesmo nível dos membros da Mesa Diretora, quero facilitar esses processos, para criar as condições mais adequadas para que esse trabalho seja feito com ainda mais qualidade.

Alguns deputados fizeram críticas, temendo uma partidarização dos meios de comunicação da Casa. O que o senhor pode dizer para eles?
Primeiro, quero tranquilizá-los. Se assim o fosse, vou dar como exemplo a 4ª secretaria, que cuida dos apartamentos funcionais. O 4º secretário tem um partido, ele poderia partidarizar e somente os deputados de seu partido teriam apartamentos funcionais. E não é assim que acontece, há um processo imparcial nessa questão.

Da mesma forma é a comunicação. A TV Câmara, a Rádio Câmara, a comunicação da Casa tem de atender a todas as demandas de todos os parlamentares. Precisamos garantir que todas as atividades, que são intensas de todos os parlamentares de todos os partidos, possam ter uma cobertura ainda maior.

Por exemplo, o presidente instituiu agora a Câmara Itinerante, e a TV Câmara já está acompanhando in loco, visitando em companhia do presidente e de todos que o acompanham, dando total cobertura. Acredito que já fazem um trabalho de excelência, e vamos continuar fazendo, de forma bastante imparcial. E claro dando notoriedade para aqueles parlamentares que apresentem suas demandas e mereçam ter a cobertura devida.

O trabalho vai continuar sendo feito exatamente da mesma forma, com muita imparcialidade, com trabalho profissional que hoje é reconhecido por todos. Portanto, não há mudança nesse aspecto, não vai se partidarizar. Pelo contrário, creio que a minha presença vai fortalecer ainda mais a infraestrutura para que possamos apresentar um trabalho de excelência para todos os 513 deputados na Câmara.

O que pode melhorar na estrutura de comunicação da Câmara?
Nós já estamos solicitando que dois funcionários da Cassa possam ir a um evento de tecnologia nos EUA, o Navishow, para identificar equipamentos de última geração que estão sendo lançados. A TV e a Rádio Câmara não podem ficar sem acompanhar as mudanças permanentes da tecnologia. E nós vamos levar essas demandas até a Mesa Diretora e à Direção Geral da Casa, para fazer um trabalho de ainda mais qualidade.

O senhor falou da parte técnica, mas e o conteúdo, qual sua avaliação?
Hoje, o conteúdo que todos nós acompanhamos é rico em debates e pluralidade. A TV e a Rádio priorizam o Plenário, e em alguns momentos há uma certa dificuldade de buscarmos outros interesses da sociedade para repercutir, porque há tantas demandas que acontecem ao mesmo tempo.

Principalmente agora, com a nova presidência, percebe-se que há uma demanda, e uma celeridade no processo de votações. Na Câmara está acontecendo CPI. E eu vejo que há uma dificuldade de fazer uma cobertura do plenário, que é soberano, e ao mesmo tempo fazer um link com a CPI ou outra programação de importância.

Mas a Câmara tem uma infraestrutura hoje que permite a você assistir à TV e estar linkado na internet assistindo àquilo que nós temos hoje disponível através da WebCâmara e do site da Câmara. Dando condições para que aqueles que querem acompanhar o trabalho possam fazê-lo. Nossa intenção é ampliar esse canal de diálogo, para que a sociedade possa estar avaliando e vendo esse trabalho intenso que os deputados têm aqui na Câmara.

Como os meios de comunicação podem aproximar o cidadão do Legislativo?
Já iniciei reuniões com os chefes de cada setor, e estamos avaliando uma forma de fazer chamadas para que a sociedade possa acompanhar as discussões que estão acontecendo em audiências públicas, em especial as comissões gerais.

Essas comissões gerais que acontecem hoje por iniciativa da nova Mesa Diretora têm uma importância muito grande. Trazem para cá o debate do Executivo, aqueles deputados interessados em discutir, especialistas, e a sociedade organizada para amplamente debater aquele tema, e a população pode participar.

Nós queremos que os parlamentares que sugerirem comissões gerais ou audiências públicas façam chamadas para que a população possa acompanhar e naquele dia tenhamos o maior número de telespectadores, não só assistindo, mas participando com sugestões pelo 0800, e da mídia alternativa, para que possamos interagir com a população, e o trabalho feito no Congresso possa refletir no meio da sociedade.

Inclusive, uma das regras da nova Secretaria de Comunicação é facilitar o alcance da comunicação da Câmara a todo o território nacional. Como isso vai se dar?
Hoje a Câmara já tem um plano de expansão em andamento. Há alguns convênios celebrados. Em São Paulo, há uma parceria com a assembleia legislativa, e a câmara municipal. Estamos em São Luís (MA), em parceria com o Senado, mas a Câmara vai interagir nesse processo, em Minas Gerais, no Ceará, inclusive com a TV Digital.

Essa expansão que já se dá por conta do trabalho que está sendo feito deve ser ampliada. A nossa intenção é que esses convênios com as assembleias legislativas aconteçam em todos os estados brasileiros, para que possamos repercutir o que acontece aqui na Câmara, por meio dessas parcerias com as assembleias e eventualmente com câmaras municipais. Com isso vamos projetar o trabalho parlamentar da Câmara Federal, e podemos em alguns momentos veicular um trabalho de importância daquele estado ou daquela assembleia aqui na TV Câmara.

Um trabalho que deve fortalecer, desenvolver e ampliar a divulgação da atividade parlamentar, e aproximar o trabalho do parlamentar com o Brasil e especialmente com seu estado. É preciso mostrar também, além da atividade que é desenvolvida aqui na Câmara, as atividades que o deputado faz em seu estado, e, com essa parceria das assembleias, podemos fazer com que equipes possam acompanhar o trabalho itinerante do deputado em seu estado.

A secretaria também deve fazer audiências para aumentar a interação dos veículos de comunicação da Câmara. Como será essa interação?
Temos um folder pronto, mostrando aos parlamentares como acessar os veículos de comunicação para interagir com sua atividade parlamentar. Devemos fazer um encontro com os parlamentares para receber sugestões e críticas sobre a programação para construir um ambiente de contribuições da equipe de excelentes profissionais da Câmara, e receber sugestões da sociedade para reunir parlamentares e profissionais da área para que possamos intensificar as formas de divulgar a atividade parlamentar para que a população conheça um pouco mais a atividade que desenvolvemos aqui na Câmara.

Com o aumento da participação do cidadão, como deve se dar a resposta dos deputados?
A resposta vem através da priorização legislativa. A Câmara funciona como uma caixa de ressonância daquilo que o deputado recebe de demandas em seu estado. Ele vem para cá com algumas sugestões, para transformar isso em projetos que podem culminar em leis que podem mudar a vida das pessoas.

Com as contribuições que vamos receber dos nossos estados e as que vêm dessas iniciativas populares, inclusive de propostas de lei, nós vamos melhorar nossa capacidade legislativa. As pessoas que estão nesse contexto de mudança, elas mesmas vão poder opinar, e vai aumentar nossa capacidade de melhorar a vida dos brasileiros.

Da Reportagem
Edição – Marcos Rossi

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