Ciência, tecnologia e Comunicações

Deputados e técnicos pedem investimento em exploração mineral

27/03/2014 - 12:02  

Em reunião do Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cede) da Câmara dos Deputados, realizada nesta quarta-feira (27), deputados e especialistas apontaram a necessidade de maior investimento em tecnologia de exploração mineral. Apesar de ser um dos países mais ricos em jazidas, o Brasil continua explorando basicamente um único mineral, o ferro, e metade dele somente para a China.

Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Reunião para discutir a necessidade de o Brasil construir um grande centro tecnológico de ponta, sob a ótica do desenvolvimento sustentável. Ex-secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Cláudio Scliar
Cláudio Scliar (E) apresenta palestra para o Cede: "Riqueza mineral não nos falta".

“Riqueza mineral não nos falta, tanto no continente como no mar”, ressaltou, em palestra, o ex-secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério das Minas e Energia Cláudio Scliar. Ele apontou a falta de legislação específica e de investimento em pesquisas, tecnologia e formação de mão de obra.

“Não dá para não nos desesperarmos. O Brasil caminha com uma perna só, num mundo cada vez mais rápido”, afirmou o deputado Colbert Martins (PMDB-BA).

O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério das Minas e Energia, Elzevir Azevedo Guerra, apontou a falta de pessoal na área: “No nosso centro de tecnologia mineral, temos apenas 46 pesquisadores - 27 deles já estão em idade de se aposentar. A China, só para terras-raras, tem mais de mil pesquisadores”.

De acordo com Guerra, o Brasil, com toda sua riqueza em ferro, produz anualmente 35 milhões de toneladas de aço, enquanto a China, grande importadora, produz 800 milhões de toneladas. “A China não vai continuar consumindo tanto minério por muito tempo”, observou.

O consultor da Câmara Paulo Cesar Lima lembrou que a Petrobras possui um avançado centro de pesquisa tecnológica, com um orçamento de R$ 3 bilhões - apoio decisivo para os estudos de exploração do pré-sal. Para ele, o modelo deveria inspirar o setor mineral, mesmo que os recursos sejam menores. “Precisamos deixar de ser um exportador de minério de ferro e criar um centro que nos possibilite exportar produtos de alta tecnologia”, disse.

Atualmente, a Câmara analisa a proposta de Código de Mineração (PL 5807/13), enviada pelo governo em junho do ano passado. O projeto estabelece um novo marco regulatório para o setor mineral no País e vai substituir a lei em vigor desde 1967.

Da Redação - DC
Com informações do Centro de Estudos e Debates Estratégicos.

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