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Deputados querem que PF apure crimes de neonazistas no Brasil

13/07/2009 - 20:29  

A comissão externa que acompanha investigações sobre neonazistas no Brasil quer que a Polícia Federal também apure os crimes atribuídos a esses grupos. Nesta segunda-feira, deputados participaram de audiência pública sobre o tema na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A Polícia Civil gaúcha vem investigando a atuação de defensores da ideologia do ditador alemão Adolf Hitler suspeitos de planejar e executar ataques a judeus e homossexuais.

Para o coordenador da comissão externa, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), o depoimento do delegado da Polícia Civil Paulo César Jardim mostrou que a quadrilha tem ramificações em outros estados, o que justificaria a atuação da PF no caso.

"Ele trouxe importantes subsídios que vão servir agora para que possamos fazer também audiências em São Paulo e no Paraná, porque há uma interligação entre os grupos neonazistas no Brasil. E vamos pedir à PF que faça um levantamento das ligações entre grupos de outros países da América do Sul com o Brasil", disse Itagiba.

Projeto
Além de delegados, a comissão ouviu jornalistas e representantes de movimentos sociais. Itagiba espera que o trabalho do colegiado sensibilize os deputados a aprovarem um projeto apresentado por ele (PL 987/07). O texto prevê prisão de dois a cinco anos e multa para quem negar a ocorrência do holocausto para incentivar atos discriminatórios.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também participou da audiência em Porto Alegre e destacou que a organização e o armamento dos grupos neonazistas preocupa.

"A Polícia Civil gaúcha identificou armamentos, produção teórica (textos, livros) formas de recrutamento, modo de organização desses grupos e inclusive a presença de integrantes deles em torcidas organizadas de times de futebol, além da formação de bandas com determinado tipo de música. Há uma preocupação muito grande com a infiltração desse tipo de ideologia racista e violento em muitos lugares frequentados pela juventude", alertou.

De acordo com Maria do Rosário, a comissão deve fazer pressão para agilizar os julgamentos de tentativas de homicídio contra judeus. Ela disse que, no caso dos homossexuais, as vítimas deixam de fazer denúncias por medo de discriminação nas delegacias.

Reportagem - Alexandre Pôrto/Rádio Câmara
Edição – João Pitella Junior

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