Trabalho, Previdência e Assistência

Distribuição de fralda a paciente de baixa renda em alta médica é criticada em audiência

06/08/2013 - 20:03  

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre o PL nº 191/2011, que dispõe sobre a obrigatoriedade do poder público fornecer gratuitamente alimentos especiais, fraldas e outros meios para manutenção do conforto, da função e da saúde de pessoas carentes com quadros irreversíveis decorrentes de doenças crônicas, acidentes e outros, após alta hospitalar. Coordenador-geral de Atenção Domiciliar do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Aristides Vitorino de Oliveira Neto
Aristides Neto: a discussão deve ser mais ampla e, só depois, pontos específicos como o fornecimento de fraldas deveriam entrar na pauta.

O coordenador-geral de Atenção Domiciliar do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Aristides Vitorino de Oliveira Neto, considerou inviável o projeto (PL 191/11) que obriga o governo a fornecer gratuitamente fraldas, alimentos especiais e outros materiais aos pacientes de baixa renda que tiveram alta hospitalar.

Aristides Neto participou, nesta terça-feira, de audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família que discutiu o projeto apresentado em 2011 pelo deputado Weliton Prado (PT-MG).

Fontes de financiamento
Segundo o coordenador, a discussão deve ser mais ampla e, só depois, pontos específicos como o fornecimento de fraldas deveriam entrar na pauta. "O projeto de lei não é viável por si só. Eu não acredito que a gente tenha de garantir um único insumo por uma lei. A gente tem de garantir o Decreto 708, que discute a relação de estabelecimento de saúde, que discute o que é responsabilidade da saúde e de financiamento de cada ente federativo. Acho que a gente tem de discutir o projeto de responsabilidade sanitária".

A proposta ainda não foi votada na Comissão de Seguridade Social, mas o relator, deputado Rogério Carvalho (PT-SE), já apresentou parecer pela sua rejeição. Entre outros argumentos, ele sustentou que a proposta não indica fonte de recursos para financiar a despesa com o fornecimento dos materiais.

O relator também citou o Programa Melhor em Casa que, até 2014, deverá implantar mil equipes de atenção domiciliar, reduzindo as internações hospitalares no País.

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre o PL nº 191/2011, que dispõe sobre a obrigatoriedade do poder público fornecer gratuitamente alimentos especiais, fraldas e outros meios para manutenção do conforto, da função e da saúde de pessoas carentes com quadros irreversíveis decorrentes de doenças crônicas, acidentes e outros, após alta hospitalar. Dep. Mandetta (DEM-MS)
Mandetta: aqueles que forem contra dar uma garantia mínima para os idosos, que coloquem a sua impressão digital e votem contra.

Votação nominal
Nem os argumentos do governo, nem os do relator convenceram o deputado Mandetta (DEM-MS), um dos autores do requerimento para a realização da audiência desta terça.

O deputado declarou que vai apresentar voto em separado, pela aprovação do projeto. De acordo com o parlamentar, há necessidade de um marco legal para garantir um mínimo de decência para quem necessita, por exemplo, de fraldas geriátricas.

O deputado Mandetta assinalou que a votação da proposta na comissão será nominal. “Aqueles que forem contra dar uma garantia mínima para os idosos, que coloquem a sua impressão digital e votem contra. Os que forem a favor de um pouco de dignidade para essas pessoas que necessitam de um mínimo por parte da assistência à Saúde, que votem com as suas consciências."

O defensor público federal Eduardo Queiroz também apoiou o projeto. Para ele, a proposta torna mais clara a obrigação do Estado em prestar esse tipo de atenção às pessoas em tratamento domiciliar. A seu ver, a garantia do direito das pessoas ficará mais reforçada, tanto pela via judicial como pela administrativa.

Reportagem - Idhelene Macedo
Edição – Regina Céli Assumpção

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