Política e Administração Pública

Líderes da Comissão de Orçamento decidem acelerar votação de novas metas fiscais

O projeto altera a meta fiscal de 2017 e 2018 para deficit de R$ 159 bilhões. O valor previsto hoje nas leis de Diretrizes Orçamentárias é de, respectivamente, deficits de R$ 139 bilhões e de R$ 129 bilhões

22/08/2017 - 20:18  

Assessoria da CMO
Ministro do Planejamento Dyogo Oliveira CMO
Em reunião com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, integrantes da Comissão Mista de Orçamento definiram que a revisão das metas fiscais será votada na próxima terça-feira (29)

O projeto que revisa as metas fiscais do governo para este ano e 2018 (PLN 17/17) terá a tramitação acelerada. Em reunião hoje com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, os representantes dos partidos na Comissão Mista de Orçamento definiram que a proposta será votada na próxima terça-feira (29) no colegiado.

No dia seguinte, se houver condições, o texto poderá ser votado no Plenário do Congresso Nacional. O cronograma atual de tramitação prevê a votação do relatório, na comissão, até o dia 19 de setembro. O relator é o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG).

O projeto altera a meta fiscal de 2017 e 2018 para deficit de R$ 159 bilhões. O valor previsto hoje nas leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs) é de, respectivamente, deficits de R$ 139 bilhões e de R$ 129 bilhões. A antecipação tem como objetivo permitir que a proposta orçamentária de 2018 chegue ao Congresso Nacional já com o deficit revisado pelo governo. Se não houver mudança da meta, o projeto terá que ser enviado com o número contido na LDO.

O novo calendário de tramitação deverá ser definido pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira, que também preside a Mesa do Congresso. Cabe a ele estabelecer os cronogramas de tramitação de projetos da Comissão de Orçamento.

O colegiado já enviou à Mesa do Congresso o pedido de revisão dos prazos. Por ele, as emendas seriam apresentadas até sexta (25), às 14 horas. No mesmo dia, Pestana divulgaria o relatório, para ser votado na semana seguinte.

Receptividade
Após a reunião com os parlamentares, o ministro Dyogo Oliveira disse que as chances de votar o PLN 17/17 na próxima semana são grandes. “Estamos trabalhando para que isso aconteça. A receptividade é boa, não há nenhuma questão sendo colocada de obstrução”, afirmou.

O presidente da Comissão de Orçamento, senador Dário Berger (PMDB-SC), também aposta na votação do relatório de Marcus Pestana na próxima semana. “Tivemos uma longa reunião hoje. Discutimos todos os temas, aprimoramos os nossos conhecimentos em relação à realidade do Brasil, e a expectativa é votar”, disse. Berger afirmou ainda que os membros da comissão reconhecem a importância de alterar as metas fiscais. “É uma necessidade do País.”

Sem acordo
A avaliação do senador, no entanto, não encontra respaldo na oposição. O deputado Bohn Gass (RS), que representa o PT na Comissão de Orçamento, disse que não há acordo para acelerar a tramitação do PLN 17/17. “Nós não participamos de acordo para marcação de datas”, disse.

O deputado criticou ainda o projeto de revisão das metas enviado pelo governo. Para ele, a administração Michel Temer deveria mexer primeiro nos “altos privilégios”. “O governo não mexe em renúncias fiscais, não quer uma auditoria da dívida”, afirmou.

Vetos
Para garantir uma maioria na comissão a favor das novas metas fiscais, o governo vai enviar ao colegiado um projeto alterando a LDO de 2018, recentemente sancionada, revendo alguns dos vetos feitos no projeto aprovado pelo Congresso.

Os vetos foram muito criticados por parlamentares na semana passada. O ministro Dyogo Oliveira afirmou que a revisão dos vetos não terá impacto fiscal no próximo ano. “São vetos mais de regras procedimentais e de regras de divulgação de informações, que não têm impacto financeiro específico”, afirmou.

Ele não quis adiantar quais vetos poderão ser revistos. Mas um dos pontos mais questionado pelos parlamentares foi o veto ao dispositivo que permitia que emendas de deputados e senadores ao orçamento destinassem valores a partir de R$ 100 mil para obras.

Hoje, o piso para as emendas é de R$ 250 mil, valor estabelecido em uma portaria ministerial. Os parlamentares alegam que obras de pequeno porte nos municípios costumam ficar abaixo do piso atual.

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Newton Araújo

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