Política e Administração Pública

Termina debate sobre projeto que altera legislação de combate à corrupção

Teste de integridade para servidores foi um dos principais pontos discutidos

16/08/2016 - 13:18  

Acabou há pouco a audiência pública da comissão especial que analisa o projeto que altera a legislação de combate à corrupção (PL 4850/16). Um dos principais pontos do projeto, o chamado teste de integridade, dividiu a opinião dos participantes da audiência.

Os testes não existem hoje na legislação e consistem em simular a oferta de propina para ver se o servidor público é honesto ou não. Isso divide os especialistas ouvidos até o momento pela comissão.

A proposta torna os testes obrigatórios para os policiais. Na audiência pública de hoje, o corregedor-geral da Polícia Rodoviária Federal, João Carlos Alcalde, e o diretor jurídico da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais, Jesus Castro Caamano, criticaram o tratamento diferenciado dado para a categoria.

Para Caamano, a proposta é discriminatória e permite forjar um flagrante, o que, segundo ele, contraria decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

O relator da comissão, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) admitiu alterar a proposta. Ele sugeriu que os testes sejam realizados apenas com autorização judicial e apenas quando existirem suspeitas fundamentadas contra o servidor público.

O teste de integridade também dividiu os deputados da comissão especial. O deputado Marcos Rogério (DEM-RO) disse que o teste é inconstitucional e, para ser criado, seria preciso aprovar uma proposta de emenda à Constituição – e não um projeto de lei.

Já o deputado José Fogaça (PMDB-RS) defendeu os testes e acredita que eles podem se transformar em um programa permanente de controle de corrupção por amostragem.

Reportagem - Antonio Vital
Edição - Marcia Becker

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