Ex-presidente do Carf diz que defendeu empresas em processos tributários depois que deixou o órgão
24/05/2016 - 10:52
O ex-presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) Edison Pereira da Silva e a filha dele, Meigan Sack Rodrigues, também ex-conselheira do órgão, se recusam a responder perguntas de deputados da CPI do Carf a respeito da acusação de envolvimento em corrupção em julgamento de recurso apresentado pela empresa Laser Tech Comércio e Importação de Eletrônicos contra autuação da Receita Federal.
Além de Edison e Meigan, foram convocados a depor pela CPI do Carf o advogado Tharyk Jaccoud Paixão e o também ex-conselheiro Guilherme Pollastri Gomes da Silva.
Edison e Meigan estão amparados por um habeas corpus que dá a eles o direito de não responder as perguntas dos deputados.
Pai e filha foram denunciados pelo Ministério Público por suspeita de tentar interferir em julgamento da empresa Laser Tech Comércio e Importação de Eletrônicos. De acordo com a denúncia, Edison e Meigan teriam usado os serviços do advogado Paixão para cooptar o então conselheiro do Carf Guilherme Pollastri Gomes da Silva.
O grupo teria oferecido entre R$ 30 mil e R$ 50 mil para que Pollastri pedisse vista do processo.
“Em uma conversa captada pela Polícia Federal, a senhora Meigan fala com o senhor que conversou com Guilherme (Pollastri) a respeito de um pedido de vista, inclusive mencionando valores. O que o senhor tem a dizer sobre isso?”, perguntou o deputado Izalci (PSDB-DF).
“Lamento, mas vou usar meu direito de ficar em silêncio porque já estamos nos defendendo a respeito disso na Justiça”, disse Edison. Meigan repetiu a mesma reposta.
O ex-presidente do Carf disse apenas que atuou como consultor e na defesa de empresas em processos tributários depois que deixou o Carf.
Ele foi sócio da empresa de consultoria SGR junto com outro lobista acusado de envolvimento em corrupção no Conselho, Eivany Antonio da Silva, pai do advogado, ex-conselheiro e também investigado José Ricardo da Silva. Segundo Edison, ele deixou a empresa em 2009.
“Mas como o senhor indicou sua filha como conselheira?”, perguntou Izalci. “Eu não tive nenhuma influência nisso. Ela foi indicada pela Confederação Nacional do Comércio depois de se candidatar por iniciativa própria”, disse.
A reunião continua no plenário 7.
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Reportagem - Antonio Vital
Edição - Marcia Becker