Política e Administração Pública

Eike Batista afirma que BNDES não teve prejuízos com investimentos em suas empresas

17/11/2015 - 16:27  

O empresário Eike Batista disse, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, que o banco não teve qualquer prejuízo com os R$ 10 bilhões em empréstimos concedidos às empresas dele.

Batista está sendo processado por crimes contra o mercado financeiro, por manipulação do mercado e uso de informação privilegiada com possível prejuízo aos investidores na venda de ações da OGX (hoje OGPar).

Segundo o empresário, as empresas dele não obtiveram condições diferenciadas junto ao BNDES. “Os empréstimos foram importantes e foram pagos com juros, como todo mundo paga, tudo lastreado em garantias, até mesmo meus bens pessoais”, garantiu.

Ele disse que o grupo obteve financiamento de R$ 10 bilhões do BNDES, investidos nas empresas MPX, LX e EMX, sem contar financiamento doa empresa de participações acionárias do banco, a BNDESpar, a MPX. Batista fez questão de dizer que a parcela era pequena diante de todos os recursos levantados por ele junto a investidores, principalmente estrangeiros, para projetos das suas empresas, que somaram R$ 150 bilhões.

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Audiência pública para tomada de depoimento do empresário Eike Batista
Empresário Eike Batista foi questionado a respeito dos investimentos feitos pelo BNDES em suas empresas

Investimentos
O empresário deu como exemplo o porto do Açu, em São João da Barra, no Norte Fluminense, projeto de seu grupo. De acordo com o empresário, o BNDES investiu R$ 3 bilhões de um total de R$ 70 bilhões.
“Dez mil pessoas estão trabalhando lá e isso não é visto pela mídia”, disse. O empresário criticou a cobertura da imprensa e lamentou não ter investido em publicidade nos meios de comunicação.

O BNDES, segundo ele, financiou apenas 8% do total empregado na empresa de energia do grupo dele, a MPX, e atribuiu isso a um interesse do próprio banco de desenvolvimento em investir em energia para garantir o abastecimento da região Nordeste.

“Eu acho que o BNDES enxergou na MPX uma tremenda geradora de energia para o Nordeste. Talvez não precisasse ter entrado. Não entrou como socorro”, destacou o empresário.

Segundo Eike Batista, a MPX gerou 2.300 MW de energia, o que teria evitado que faltasse eletricidade na região Nordeste.

“A maior parte dos investimentos foi de parceiros internacionais privados, como a Ion, maior empresa de energia da Alemanha, que investiu 2 bilhões de euros”, disse.

O relator da CPI, deputado José Rocha (PR-BA), não ficou satisfeito com as explicações de Eike Batista para seus negócios com o banco. "Eu não acredito que tenha tido prejuízo zero. Eu acho que o BNDES teve prejuízo. Nós vamos identificar isso nos documentos dos contratos entre o BNDES e o senhor Eike Batista", afirmou.

Reportagem - Antonio Vital
Edição - Mônica Thaty

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