Política e Administração Pública

Presidente do Funcef aponta fatores que levaram ao deficit de R$ 5,5 bi

27/08/2015 - 22:07  

O presidente do Funcef, Carlos Alberto Caser, detalhou o deficit do fundo, que chegou a R$ 5,5 bilhões nos últimos anos. Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, Caser afirmou que a maior parte do deficit se refere a R$ 3,7 bilhões oriundos de perdas de ativos da Vale, já que a mineradora foi impactada por quedas expressivas no preço internacional do minério de ferro.

Também foram causas do deficit as quedas sucessivas na Bolsa de Valores de São Paulo; as perdas nos investimentos de renda variável; o provisionamento de recursos para cerca de 14 mil ações judiciais; e o aporte de recursos para a recuperação de perdas com planos de previdência passados.

Para reverter esse quadro, foram feitas alterações na política de investimentos, principalmente reduzindo a participação em renda variável. Quanto à possibilidade, levantada por alguns deputados, de que os beneficiários tenham que pagar mais R$ 600, por determinado período, para cobrir o deficit, Caser afirmou que esse valor é "boato".

Segundo ele, eventual pagamento extra ainda está sendo apurado e terá de ser referendado pelos órgãos internos do Funcef e da Caixa, antes da aprovação pela Previc. O Funcef é o terceiro maior fundo de pensão do País e tem 138 mil participantes, dos quais 40 mil assistidos (aposentados e pensionistas).

Belo Monte
Outros investimentos de risco feitos pelo Funcef, segundo os sub-relatores da CPI, incluem a usina de Belo Monte; a Invepar (holding em projetos de infraestrutura), o Shopping Bouganville, de Goiânia; imóveis em Santa Catarina; e parcerias com a corretora Planner. O presidente do Funcef afirmou que muitos dos investimentos, como Belo Monte, já deram ou darão retorno positivo para o fundo.

Quanto à Sete Brasil, Carlos Alberto Caser frisou que, para a devida análise do investimento, tem que se considerar o contexto de 2010, quando o aporte de recursos foi feito com base nas boas perspectivas em torno da exploração do petróleo da camada pré-sal.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Pierre Triboli

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