Política e Administração Pública

Pedido de intervenção militar por depoente provoca bate-boca em CPI

02/07/2015 - 18:09  

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O empresário Auro Gorentzvaig, ex-acionista da Petroquímica Triunfo, confirmou em depoimento à CPI da Petrobras declaração feita à imprensa por ele em que pede uma intervenção militar no País.

“O senhor confirma a declaração?”, perguntou o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). “O que eu disse é que, do jeito que as coisas estão, é caso de uma intervenção militar imediata e com pedido de eleição o mais rápido possível”, disse o empresário.

Bate-boca
A declaração provocou bate-boca na CPI, com troca de ofensas entre deputados do PT e da oposição.

“Ele falou isso por causa dos índices de popularidade da presidente Lula”, ironizou o deputado Delegado Waldir (PSDB-GO).

“Não vamos admitir a defesa do regime militar nesta Casa”, rebateu o deputado Leo de Brito (PT-AC).

“Estão querendo intimidar o depoente e desviar a atenção”, reclamou a deputada Eliziane Gama (PPS-MA), autora do requerimento de convocação.

Denúncias
Auro Gorentzvaig está respondendo perguntas do relator a respeito das denúncias que fez contra o governo Lula no episódio em que sua família perdeu o controle da Triunfo em benefício do grupo Odebrecht.

O empresário enviou uma denúncia à Procuradoria-Geral da República em que acusa a Petrobras de ter adquirido empresas do setor petroquímico por valores acima do valor de mercado e repassado depois o controle das empresas à Braskem, subsidiária da Odebrecht.

Na denúncia, ele afirma que havia um acordo pelo qual a Petrobras iria receber R$ 355 milhões pela sua parte na Petroquímica Triunfo, mas recuou e repassou suas ações à Braskem por R$ 117 milhões.

Luiz Sérgio questionou a credibilidade da denúncia e chegou a afirmar que a família Gorentzvaig é parte de disputas judiciais “contra tudo e contra todos há mais de 20 anos”. O deputado também declarou que há uma tendência de concentração no setor petroquímico.

O empresário respondeu que a tendência de concentração não pode servir de justificativa para a operação que resultou na perda de controle da Triunfo. “Isso não pode ser desculpa para permitir o monopólio”, sustentou.

A reunião ocorre no plenário 2.

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Reportagem – Antonio Vital
Edição – Marcelo Oliveira

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