Política e Administração Pública

Deputados comentam bloqueio de verbas do orçamento

Para o líder do PT, investimentos serão retomados após a conclusão do ajuste fiscal. Já o vice-líder do PSDB disse que a decisão do governo prejudica a economia e a população do País

22/05/2015 - 19:39   •   Atualizado em 22/05/2015 - 20:10

Lideranças na Câmara dos Deputados comentaram o bloqueio de recursos do orçamento deste ano, anunciado pelo governo nesta sexta-feira (22). O líder do PT, deputado Sibá Machado (AC), disse que o contingenciamento foi necessário e que poderia ter sido menor se o Congresso já tivesse concluído a votação das medidas do ajuste fiscal.

Sibá Machado esclareceu que o bloqueio não é definitivo e que pode ser revertido no segundo semestre. “Se sair o ajuste fiscal em tempo hábil, com certeza serão retomados todos esses investimentos no segundo semestre. E o contingenciamento deverá ser reduzido”, disse.

Já o vice-líder do PSDB deputado Nilson Leitão (MT) voltou a criticar o descumprimento de promessas de campanha da presidente Dilma Rousseff. Ele avaliou que, mais uma vez, quem paga a conta é o cidadão. “[Foram cortados] recursos diretos da educação, da saúde, de infraestrutura, de todos os setores que podem gerar empregos e renda e também que cuidam da vida do cidadão brasileiro, que é a obrigação do governo”, afirmou Nilson Leitão.

O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PPS-PR), disse que o contingenciamento é resultado da política econômica equivocada adotada pelo governo. “Em vez de cortar na própria carne, reduzindo seus próprios gastos, o governo prefere reduzir investimentos na educação e na saúde”, lamentou Bueno, ao criticar o gasto excessivo com os atuais 39 ministérios e com cargos comissionados.

Contenção de gastos
Os ministérios das Cidades, da Saúde e da Educação lideraram os cortes no orçamento deste ano. Juntas, as três pastas concentraram 54,9% do contingenciamento de quase R$ 70 bilhões de verbas da União.

Mesmo com o bloqueio, o governo garantiu que os principais programas sociais serão preservados. Segundo o anúncio, o orçamento do Ministério da Educação continuará com valor acima do mínimo estabelecido pela Constituição em R$ 15,1 bilhões, garantindo programas prioritários e o funcionamento das universidades e dos institutos federais.

Na saúde, o orçamento também ficará acima do mínimo constitucional em R$ 3 bilhões, com recursos assegurados para o Sistema Único de Saúde (SUS) e os programas Mais Médicos e Farmácia Popular.

No Ministério do Desenvolvimento Social, o contingenciamento preserva o Bolsa Família, com R$ 27,7 bilhões, e mantém os demais programas do Plano Brasil sem Miséria.

Da Redação
Edição – Pierre Triboli

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.