Política e Administração Pública

Deputados criticam política de empréstimos do BNDES durante votação de MP

09/04/2015 - 20:18  

Deputados aproveitaram a votação da Medida Provisória 661/14 para criticar a política de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O PPS tentou até retirar o dispositivo que permitia a capitalização do banco em R$ 30 bilhões, um dos objetos da MP.

O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), disse que o governo tem escolhido injetar dinheiro em poucas empresas que têm afinidade com o poder. Ele lembrou que o governo arca com os custos dos empréstimos, que, às vezes, beneficiam grupos econômicos já bem-sucedidos.

Bueno lembrou que o governo capta dinheiro por 12,75%, mas recebe do BNDES apenas 5%. Os custos dos juros subsidiados, segundo ele, superam os gastos com o Bolsa Família. “Precisamos acabar com a farra de emprestar dinheiro do brasileiro para os amigos e amigas do rei”, disse.

Cheque em branco
O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) também criticou a capitalização do BNDES que, na sua avaliação, é um cheque em branco. “Esse crédito será feito em condições financeiras e contratuais a serem definidas pelo Ministério da Fazenda. É um cheque em branco”, condenou.

Faria de Sá ressaltou que as MPs do ajuste fiscal – que alteram pensão por morte, seguro-desemprego e auxílio-doença – têm o objetivo de economizar R$ 18 bilhões, mas o governo gastará R$ 30 bilhões com a capitalização do BNDES.

A política de empréstimos do BNDES também foi criticada pelo deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA). “O banco deve cumprir papel importante no fomento da economia, mas tem de ter outro foco. Não pode ser para uma minoria de empresas do agronegócio ou empreiteiras”, disse.

Quem saiu em defesa do BNDES foi o deputado Ságuas Moraes (PT-MT). O dinheiro destinado ao BNDES, segundo ele, vai financiar obras de logística e compras de maquinário. “O recurso vai beneficiar obras estruturantes no País, investimento em logística: rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Não existe outra fonte senão o BNDES para garantir o financiamento dessas obras e para compra de maquinário e equipamentos”, explicou.

Reportagem – Eduardo Piovesan
Edição – Pierre Triboli

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