Conheça a acusação contra Benjamin Maranhão e sua defesa

23/10/2006 - 10:26  

Acusação:
O empresário Luiz Antônio Vedoin disse que firmou um acordo com o deputado Benjamin Maranhão (PMDB-PB) pelo qual este receberia 10% sobre o valor de suas emendas que viessem a executadas por prefeituras ou entidades não-governamentais em benefício de empresas do esquema das sanguessugas.
Em depoimento na Justiça Federal, Luiz Antônio informou que o próprio parlamentar negociou com prefeitos o direcionamento de três licitações. Em troca, Benjamin Maranhão teria recebido R$ 40 mil (R$ 25 mil em espécie e R$ 15 mil por meio de depósito bancário). Essas licitações teriam se destinado à compra de unidades móveis de saúde, no exercício de 2004, para os municípios paraibanos de Araruna, Frei Martinho e Bananeiras, no valor individual de R$ 120 mil.
Luiz Antônio afirmou ainda que outra emenda do deputado beneficiou o município de Araruna com R$ 130 mil para a compra de ônibus odontológico. O empresário disse que, em troca da licitação dirigida, entregou ao secretário municipal de Saúde R$ 13 mil em espécie em 2004.

Defesa:
Benjamin Maranhão afirma que nunca negociou a apresentação de emendas com Luiz Antônio e critica o fato de a CPMI ter levado em conta as declarações do empresário, que é réu confesso. O parlamentar ressalta que, dos diversos municípios contemplados com suas emendas, apenas Frei Martinho adquiriu unidade móvel de saúde de empresa vinculada aos Vedoins. Maranhão esclarece que não interferiu nessa licitação.
Em sua defesa, o parlamentar apresenta declaração dos prefeitos de municípios beneficiados por suas emendas nas quais eles confirmam que não houve tentativa de direcionamento das licitações. O município de Bananeiras, citado por Vedoin, não foi nem sequer contemplado com emenda do deputado para a compra de ambulâncias em 2004.
Maranhão lembra que a responsabilidade pelas licitações é do próprio município e que esse processo é fiscalizado por órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e as câmaras municipais. Além disso, nos dias em que Vedoin disse ter entregue o dinheiro diretamente ao parlamentar, no gabinete em Brasília, este não se encontrava na cidade: viajava em missão oficial no dia 15/6/04 e, no dia 21/9/04, estava na Paraíba.
Quanto ao depósito de R$ 15 mil feito por Vedoin, o deputado informou que a conta bancária citada pelo depoente não pertence a ninguém que conheça. Seus advogados descobriram que essa conta está localizada em Cuiabá (MT), cidade que nunca foi visitada pelo parlamentar.
Benjamin Maranhão lembra também que a Polícia Federal, após quase dois anos de monitoramento telefônico, não fez nenhuma interceptação de conversa que possa comprometê-lo.

Da Redação/PT

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