Ciência, tecnologia e Comunicações

Analistas prevêem dificuldades para presidente eleito

05/10/2006 - 18:27  

Analistas políticos ouvidos pela TV Câmara no programa "Expressão Nacional", levado ao ar na última terça-feira (3), vislumbram dificuldades para o próximo presidente compor maioria na Câmara dos Deputados. Tanto o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto Geraldo Alckmin (PSDB) teriam cerca de 300 deputados em sua base política, segundo esses analistas, e precisariam contar com os votos da oposição para aprovar, por exemplo, emendas constitucionais (que exigem a adesão de pelo menos 3/5 dos deputados).
Participaram do debate os jornalistas Nélson Breve, da Agência Carta Maior; e Sylvio Costa, do site Congresso em Foco; e os cientistas políticos Rogério Schmitt e Carlos Pio. "O eleitor equilibrou as forças que polarizam o Congresso, diferentemente de períodos anteriores, quando as forças conservadoras eram maiores do que as ditas progressistas. A busca de apoio no centro vai definir a formação de maioria", considerou Breve.

Estabilidade política
Segundo os analistas, os últimos escândalos envolvendo deputados não foram suficientes para aumentar o grau de renovação da Câmara em relação à média histórica, e isso poderia significar que o País estaria atingindo uma "estabilidade política" maior, na opinião de Schmitt. "O sistema partidário brasileiro, pelo menos em relação à representatividade dos partidos na Câmara, tem demonstrado sinais muito eloqüentes de estabilidade", declarou.
Para o cientista político, a renovação verificada nas eleições de domingo foi "muito parecida" com os resultados dos pleitos anteriores, assim como o tamanho das bancadas. "Mesmo depois de uma legislatura bastante criticada por envolvimento de parlamentares em escândalos, a composição não mudou muito, e isso mostra que o eleitor está se tornando mais consistente em suas escolhas", definiu.

Graus de renovação
Sylvio Costa lembrou que muitos dos chamados "novos deputados eleitos" são pessoas de longo histórico político e, inclusive, já exerceram mandatos anteriores, o que na prática reduziria ainda mais o índice de renovação da Câmara. Ele citou o caso específico de Paulo Maluf (PP-SP), o deputado eleito com o maior número de votos absolutos (739.827 votos) - ele já foi deputado federal, governador de São Paulo e prefeito da capital paulista.
De acordo com Nelson Breve, algumas regiões não consideraram o tema da ética relevante para a disputa, e Carlos Pio preferiu destacar outros fatores além da renovação da bancada como indicativos de "mudanças na dinâmica parlamentar". Ele citou a cláusula de barreira, que reduz a quantidade de partidos com funcionamento pleno nas assembléias legislativas.
Na avaliação de Carlos Pio, a próxima legislatura será marcada por uma grande "fragmentação partidária", pois 21 legendas conseguiram eleger pelo menos um deputado federal. "A Câmara terá o maior mecanismo de indução para a concentração de parlamentares em poucos partidos", disse ele, em referência à cláusula de barreira.

Notícias anteriores:
Partidos querem fortalecer gestão de programas sociais
Partidos cobram recursos para infra-estrutura e biodiesel
Partidos dizem que educação deve ser prioridade nacional
Partidos debatem investimentos para saúde
Em debate, partidos apontam necessidade de crescimento

Da Reportagem
Edição - João Pitella Junior

(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura `Agência Câmara`)

Agência Câmara
Tel. (61) 3216.1851/3216.1852
Fax. (61) 3216.1856
E-mail:agencia@camara.gov.br
SR

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.