Política e Administração Pública

Funcef adota práticas seguras de investimento, garante diretor

12/11/2015 - 14:41  

Assista ao vivo

O diretor de Participações Societárias e Imobiliárias da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), Carlos Augusto Borges, destacou há pouco, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, que a Funcef é o terceiro maior fundo do país e o mais seguro. "É o fundo com maior nível de governança", disse, informando os passos da política de investimento da Funcef, que envolve análises técnicas e de pareceres de risco. "Cada investimento maior do que 1% dos recursos garantidores (acima de R$ 500 milhões) deve passar pelo conselho deliberativo, e não só pela diretoria", informou.

Borges detalhou à CPI ativos e investimentos da Funcef. De 2011 a 2014, segundo ele, só investimentos em renda variável e no Ibovespa não cumpriram a meta atuarial. Os demais, como Selic, renda fixa, imóveis e rendimentos estruturados foram positivos.

Questionado pelo relator da CPI, deputado Sergio Souza (PMDB-PR), Borges confirmou que se reuniu com Alberto Youssef, delator da operação Lava Jato. De acordo com Borges, Youssef ofereceu investimento à Funcef que não foi adiante por não fazer parte da política do fundo. Ele disse que o encontro foi pedido pelo ex-deputado André Vargas.

Prejuízos
Borges não detalhou o investimento no fundo FIP Multiner (empresa do setor de energia elétrica), citado pelo relator como um dos negócios que causaram prejuízos à Funcef. "O FIP tinha diversos problemas; a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) inclusive suspendeu diversas atividades da Multiner", criticou o deputado Souza.

Souza também questionou o diretor da Funcef sobre investimentos em ações da Vale do Rio Doce. "A Funcef conseguiu inflar as ações da Vale em 127%, ao mudar o modo de precificação dos papéis. Isso não foi uma maneira de mascarar deficit do fundo? Uma espécie de pedalada?" indagou.

O diretor explicou que a variação se deveu ao preço do minério de ferro. "Em 2011, a Vale deu lucro de 24 bilhões de dólares. Não fizemos nada de irregular", disse Borges.

Souza argumentou, no entanto, que a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgão regulador do setor, considerou a operação como uma manobra contábil. Borges negou essa possibilidade e disse que a Funcef está sujeita a auditorias externas.

A reunião acontece no Plenário 5.

Mais informações a seguir.

Reportagem – Georgia Moraes
Edição – João Pitella Junior

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.