Política e Administração Pública

Petros não tem problema de solvência, diz presidente do fundo de pensão

01/09/2015 - 15:53  

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O diretor-presidente do Petros, fundo de pensão da Petrobras, Henrique Jäger, informou que não há problema de solvência no fundo. "Os fundos de pensão trabalham com horizonte de longo prazo que prevê equacionamento após três anos de deficit", explicou, durante audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, na Câmara dos Deputados.

Ele disse ainda que há deficit no Petros porque há mais aposentados do que contribuintes na ativa. "Pagamos mais do que recebemos", afirmou. O prejuízo acumulado do Petros, segundo ele, desde 2008, é de R$ 6,2 bilhões.

Jäger informou que o maior impacto se deve a demandas judiciais dos aposentados que recorreram para receber valores concedidos aos funcionários ativos entre 2004 e 2006. "Foram R$ 3 bilhões pagos no fim de 2014, em decorrência de acordo aprovado pelo conselho deliberativo", destacou.

Outros impactos, segundo ele, foram o aumento da expectativa de vida e a crise financeira. "Investimentos na bolsa e títulos públicos geraram prejuízo, em 2013 principalmente, devido à volatilidade da economia", explicou.

Gerência de risco
Ele informou que o Petros criou uma gerência de risco, em junho, que avalia antecipadamente todos os investimentos.

Os investimentos do Petros estão distribuídos em renda fixa, com 45,56%; renda variável, com 37,43%; e estruturados, com 7,34%; além de imóveis e empréstimos a participantes. "Investimentos em imóveis e de mais de R$ 160 milhões passam pelo conselho deliberativo. Os demais são autorizados pela diretoria executiva", afirmou.

A partir de março deste ano, o fundo passou a realizar operações de maior envergadura. "Novos ativos de crédito com avaliações de risco apenas de agências internacionais que têm parâmetros mais rigorosos de avaliação e operações de maior valor", esclareceu.

O Petros é o segundo maior fundo de pensão do País. Seu patrimônio é de R$ 68,1 bilhões. O fundo possui 47 planos e 62 patrocinadoras, além do sistema Petrobras, Sesi, Senai e Vale Fertilizantes, entre outros.

Jäger é economista e integrou os conselhos fiscais de diversas empresas públicas, entre elas o Banco do Brasil, por sete anos. Ele preside o Petros há seis meses.

Influência política
Representantes de aposentados e pensionistas da Petrobras, dos Correios, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal denunciaram, no último dia 20 de agosto, a existência de influência política nas decisões tomadas pelos conselhos de gestão dos fundos de previdência complementar de funcionários dessas estatais.

A CPI dos Fundos de Pensão está reunida no plenário 14.

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Reportagem – Geórgia Moraes
Edição – Marcos Rossi

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