Política e Administração Pública

Lista de novos deputados eleitos inclui nomes já conhecidos

07/10/2010 - 18:57  

Nestas eleições, 238 dos 513 deputados eleitos não figuravam na lista de parlamentares eleitos para a Câmara em 2006. Isso representa um índice de renovação de 46,4%, quase igual ao observado em 2006, de 46%. Contudo, alguns dos novos deputados que deverão tomar posse no próximo dia 1º de fevereiro não são tão calouros assim. Muitos já exerceram outros mandatos na Câmara e outros têm o currículo recheado de cargos no Poder Executivo.

Entre eles estão:
- Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que já havia sido eleita para quatro mandatos consecutivos na Câmara a partir de 1990;
- Luci Choinacki (PT-SC), deputada federal nas legislaturas que iniciaram em 1991, 1999 e 2003;
- Rubens Bueno (PPS-PR), eleito em 1990 e em 1998;
- Paudernei Avelino (DEM-AM), deputado por quatro mandatos, de 1990 a 2006;
- Benedita da Silva (PT-RJ), eleita deputada federal em 1986 e em 1990, entre outros.

Do Senado à Câmara
Três novos deputados vem para a Câmara diretamente após um mandato no Senado: Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Almeida Lima (PMDB-SE) e Sérgio Guerra (PSDB-PE) – este já havia sido eleito deputado para três mandatos consecutivos a partir de 1991. Todos chegam à Câmara em 2011 e trazem consigo a experiência de atuação no Legislativo federal.

Roberto Freire (PPS-SP) é um exemplo de “novato/veterano”. O político, que é presidente nacional do PPS, já exerceu cinco mandatos na Câmara e um no Senado. Segundo ele, a experiência dos últimos anos gerou familiaridade com a dinâmica do Legislativo, o que deve garantir pontos para o próximo mandato.

“A renovação é importante do ponto de vista da representação da sociedade. Contudo, muitos dos novos parlamentares vão levar certo tempo para se integrar à atividade legislativa, conhecer o regimento e tomar parte de algumas questões que são distintas de qualquer outra atividade”, argumenta Freire. Na sua avaliação, parlamentares mais experientes “servem como exemplo para os novos”.

"Conhecem a manha"
A avaliação do cientista político Alberto Carlos Almeida vai ao encontro do testemunho de Freire: “Esses deputados mais antigos obviamente são necessários porque são aqueles que conduzem o dia-a-dia da Câmara. Os novos estão aprendendo isso e se preparam para, um dia, assumir esse papel.”

Segundo o especialista, os veteranos, que “já conhecem a manha de como se comportar”, acabam assumindo cargos importantes na estrutura da Câmara, como postos na Mesa DiretoraA Mesa Diretora é a responsável pela direção dos trabalhos legislativos e dos serviços administrativos da Câmara. Ela é composta pelo presidente da Casa, por dois vice-presidentes e por quatro secretários, além dos suplentes de secretários. Cada secretário tem atribuições específicas, como administrar o pessoal da Câmara (1º secretário), providenciar passaportes diplomáticos para os deputados (2º), controlar o fornecimento de passagens aéreas (3º) e administrar os imóveis funcionais (4º)., nas lideranças partidárias, nas presidências de comissões, entre outros.

Troca de poderes
Além da experiência nos legislativos federal e estaduais, alguns eleitos levam também na bagagem anos de exercício de cargos importantes no Executivo. É o caso, por exemplo, de:
- Espiridião Amin (PP-SC), duas vezes governador de Santa Catarina;
- Hugo Napoleão (DEM-PI), ex-governador do Piauí;
- Julio Campos (DEM-MT), ex-governador de Mato Grosso;
- Newton Cardoso (PMDB-MG) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), ex-governadores de Minas Gerais.

João Paulo Lima e Silva (PT-PE) prepara-se para seu primeiro mandato como deputado federal, mas já foi eleito prefeito do Recife (PE) em 2000 e em 2004. Essa experiência, segundo ele, deixa-o “mais preparado” para o mandato na Câmara: “Viver as dificuldades e desafios do Executivo trouxe maior maturidade e contribuirá para o meu trabalho como legislador”.

Frustração
Alberto Carlos Almeida destaca que o trabalho no Legislativo “pode ser frustrante para quem já exerceu cargos no Executivo”. Isso porque, segundo ele, no Congresso, esses políticos têm menos liberdade de atuação, tendo em vista “a dinâmica de poder” entre parlamentares.

Mas, para o especialista, o exercício de qualquer mandato é importante para a continuidade da carreira política. “Se o político estiver sem mandato, o telefone celular pára de tocar. Sem o mandato, ele perde o poder.”

Reportagem – Carolina Pompeu
Edição - Newton Araújo

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