Direitos Humanos

Cinco mulheres receberão a medalha Mietta Santiago em 2019

Condecoração foi criada para homenagear iniciativas relacionadas aos direitos das mulheres

22/01/2019 - 18:08  

A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados escolheu as pessoas que serão agraciadas com a Medalha Mietta Santiago de 2019. A condecoração anual destina-se a agraciar pessoas, instituições ou entidades, campanhas, programas ou movimentos de cunho social, civis ou militares, nacionais ou estrangeiros, por iniciativas relevantes à nação brasileira relacionadas aos direitos das mulheres. A outorga da medalha ocorrerá na sessão solene em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, no dia 19 de março.

Instituída por meio da Resolução 21, de 10 de fevereiro de 2017, e regulamentada pelo Ato da Mesa 158, de 23 de março de 2017, a condecoração é distribuída da seguinte forma: duas medalhas platinas: a pessoas, instituição ou entidade, campanha, programa ou movimento de cunho social, civil ou militar, nacional ou estrangeiro; uma medalha ouro: a mulheres com atuação nacionalmente relevante; uma medalha prata: a mulheres com atuação relevante de abrangência estadual, e uma medalha bronze: a mulheres com atuação relevante de abrangência municipal.

As escolhidas, pela ordem acima, são:

Debora Foguel: Doutora em Bioquímica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem se dedicado ao estudo dos mecanismos responsáveis pelo desdobramento incorreto das proteínas, que levam à formação de agregados amiloides, responsáveis por doenças como Alzheimer, Parkison e Polineuropatia Amiloidótica Familiar (PAF).

Gabriela Barreto Lemos: Jovem cientista cujo trabalho tem merecido destaque na mídia nacional e na comunidade científica internacional em função dos resultados de uma pesquisa inovadora, que permite a captação de fotografias através da reprodução de pequenos feixes de partículas, possibilitando a construção de uma imagem que não é visível a olho nu (como um ferimento interno ao corpo humano).

Marielle Franco: Vereadora assassinada em março de 2018, quando voltava de um evento com jovens negras, no Rio de Janeiro. Em 2002, sua formação acadêmica e militância na área dos direitos humanos a qualificou para o trabalho em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Foi coordenadora da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde prestou auxílio jurídico e psicológico a familiares de vítimas de homicídios ou policiais vitimados.

Gina Vieira Ponte: Professora da Secretaria de Educação do Distrito Federal desde 1991, destacou-se pela idealização e execução do Projeto Mulheres Inspiradoras, no qual discute com os alunos o papel da mulher na sociedade, valorizando a figura feminina por meio da leitura de obras de autoria feminina, estudo da biografia de grandes mulheres e dinâmicas com mulheres inspiradoras das comunidades dos alunos.

Beatriz Bohrer de Amaral: Médica que realiza trabalho de promoção da saúde da mulher, no diagnóstico precoce do câncer de mama e da osteoporose. Introduziu os métodos linfonodo sentinela e tomossíntese mamária e o uso da densitometria óssea no Estado do Rio Grande do Sul. Coordena o Projeto Mulher & Saúde, que tem como objetivo de informar as mulheres sobre hábitos e cuidados necessários para promover a sua saúde e a de sua família.

Sobre o processo de seleção

Todos os 513 parlamentares podem indicar um nome para concorrer à medalha e as indicadas são submetidas à análise técnica da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. Após a análise, as admitidas são submetidas à votação pelas deputadas da Bancada Feminina.

A insígnia, concedida pela Secretaria da Mulher e pelo Presidente da Câmara dos Deputados, é constituída de diploma e de outorga de medalha cunhada com a efígie da advogada Mietta Santiago.

Sobre Mietta Santiago

Mietta Santiago é o pseudônimo de Maria Ernestina Carneiro Santiago Manso Pereira. Nascida em Varginha (MG), ela questionou, por meio de um mandado de segurança em 1928, a proibição do voto feminino no Brasil, afirmando que isso violava a Constituição então vigente, que não vetava esse voto. Conseguiu assim o direito de votar e o de concorrer ao cargo de deputada federal.