Lobby americano criou planejamento familiar no mundo, diz historiadora

Palestra de historiadora faz parte de seminário da Valorização da Vida, que inicia nesta terça-feira (8)
08/09/2015 13h45

Antonio Augusto / Câmara dos Deputados

Lobby americano criou planejamento familiar no mundo, diz historiadora

O planejamento familiar e a interrupção da gravidez foram ideias fundamentadas por organizações estadunidenses para o controle populacional, principalmente nos países subdesenvolvidos. A conclusão histórica foi afirmada pela pesquisadora Fernanda Takitani, do Observatório Interamericano de Biopolítica, durante o seminário de Valorização da Vida nesta terça-feira (8). O evento, que continua nesta quarta-feira (9), é promovido pela Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF).

De acordo com Takitani, fundações norte-americanas como Rockfeller e Ford incentivaram o governo americano, durante as décadas de 50 a 70, a investirem o dinheiro público em medidas de planejamento familiar em outros países. Os grupos viam o descontrole populacional como uma ameaça à paz mundial, na visão da historiadora.  “Essa estratégia passa por capacitar pessoas para que elas possam fazer pesquisa e estudos em demografia de modo que praticamente essa cadeira seja criada por doações destas fundações [...] o segundo momento, uma vez tendo já este capital intelectual fomentando estudos de população, seria o incentivo de medidas médicas, com o dinheiro americano para realizar esterilização em mulheres e aborto”, argumentou Takitani.

 

Usaids e assistência externa dos EUA

A historiadora se fundamenta no Foreign Assistence Act, de 1967, para provar o financiamento público dos EUA em outros países, por meio da Agência Americana de Desenvolvimento Internacional (Usaids). As medidas foram vistas pela palestrante como uma exploração das mulheres. O fim da intervenção americana só teria tido fim em 1973 com a sanção da Emenda Helms, que proibiu a assistência externa dos EUA de financiar abortos ou motivar alguém a realizar um.

Takitani foi a primeira pessoa a palestrar no Seminário de Valorização da Vida. Ainda nesta terça-feira, às 14h, o padre Paulo Ricardo Azevedo e o deputado Givaldo Carimbão (PROS-AL) conduzirão a palestra sobre o desenvolvimento das políticas de direitos sexuais e reprodutivos entre os anos 70 e 90.