‘Epilepsia deve ser prioridade para o SUS’, afirma presidente de associação

Carta pedindo melhor tratamento à epilepsia pelo sistema público foi lida no I Fórum Nacional da Epilepsia
29/09/2015 15h55

Antonio Augusto/ Câmara dos Deputados

‘Epilepsia deve ser prioridade para o SUS’, afirma presidente de associação

A presidente da Associação Brasileira de Epilepsia, Laura Guilhoto, pleiteou a prioridade do tratamento da epilepsia pelo Ministério da Saúde (MS). “Que ela seja prioridade e não mais apenas uma doença no rol das tratáveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por que não priorizar a epilepsia? Ela leva problemas econômicos e sociais aos indivíduos afetados”, declarou Guilhoto. O pedido foi apoiado em coro durante o I Fórum Nacional de Epilepsia, promovido na manhã desta terça-feira (29) com apoio da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF). Associações que participaram do evento pedem que a doença seja eixo central de legislação ou de programas específicos.

Segundo dados internacionais apresentados por Guilhoto, apenas 50% daqueles que têm epilepsia no mundo contam com o tratamento adequado. Quando não é tratado de forma eficiente, o enfermo corre mais risco de morte súbita ou podem se acentuar os riscos de problemas físicos e psicológicos. O clamor pelo maior cuidado da epilepsia pelo SUS foi resumido na Carta de Brasília, documento assinado por 30 associações de cuidado da pessoa com epilepsia. Estão entre as reivindicações do grupo a atualização de protocolos atuais de tratamento, a promoção de medidas para educar e conscientizar a população sobre a doença e como lidar com ela, além da inclusão da epilepsia como prioridade dos planos de Saúde para o quadriênio de 2016-2019 através de proposta da 15ª Conferência Nacional de Saúde.

 

Manual

A técnica do departamento de média e alta especialidade do MS, Vânia Keli da Silva, confirmou que um manual de orientações a profissionais sobre a epilepsia está em etapa da finalização. O caderno visa direcionar os médicos da área no tratamento de epiléticos, a exemplo do que fazer em caso de crise convulsiva. “As pessoas com epilepsia sofrem com este impacto físico, social, econômico... e o que precisamos é de ações que desmitificam, que quebram com esse preconceito”, comentou Vânia Keli. Também palestraram representantes dos ministérios do Trabalho e da Previdência Social. O evento foi presidido pelo deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), mesmo parlamentar que requereu o fórum.

 

 

 

Você sabe como ajudar durante uma crise convulsiva?

Confira abaixo o que fazer e o que não fazer caso veja uma pessoa com convulsão:

O que fazer

                      O que não fazer

  • Mantenha-se calmo e acalme as pessoas ao seu redor
  •  Impedir os movimentos da vítima: apenas se certifique de que nada ao seu redor irá machucá-la;
  • Evite que a pessoa caia bruscamente ao chão;
  • Acomode o indivíduo em local sem objetos dos quais ela pode se debater e se machucar;
  • Colocar a mão dentro da boca da vítima: as contrações musculares durante a crise convulsiva são muito fortes e inconscientemente a pessoa poderá mordê-lo;
  • Jogar água no rosto da vítima.
  • Utilize material macio para acomodar a cabeça do indivíduo, como por exemplo; um travesseiro, casaco dobrado ou outro material disponível que seja macio;
  • Posicione o indivíduo de lado de forma que o excesso de saliva ou vômito (pode ocorrer em alguns casos) escorram para fora da boca;
  • Afrouxe um pouco as roupas para que a pessoa respire melhor;
  • Observe a duração da crise convulsiva, caso seja superior a 5 minutos sem sinais de melhora, peça ajuda médica.
Fonte: Associação Brasileira de Epilepsia

 

Matéria publicada no dia 29 de setembro de 2015 pela Ascom da CSSF