Coordenador de Gaeco destaca integração para combater crime organizado

Gaeco do Rio de Janeiro sugere aos parlamentares alteração na lei que regulamenta as interceptações telefônicas para fins de investigação.
17/08/2015 14h35

Coordenador de Gaeco destaca integração para combater crime organizado

Batisti: a grande contribuição do Gaeco é desestimular reações corporativas contrárias que existem entre as instituições e que resultam em inoperância investigatória geral.

O procurador de Justiça e coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Paraná, Leonir Batisti, afirmou que integração dos órgãos policiais é muito importante para o sucesso das investigações e a prisão dos envolvidos. "A grande contribuição de um grupo como o Gaeco é desestimular as reações corporativas contrárias que existem entre as instituições e que resultam em inoperância investigatória geral."

Batisti participou de audiência pública promovida pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado para ouvir representantes dos Gaeco do Paraná e do Rio de Janeiro.

Existem Gaecos em todo o País, que são formados por integrantes do Ministério Público, da Polícia Civil e da Polícia Militar. Os grupos atuam na repressão aos crimes que envolvem o poder público, corrupção policial ou cometidos pelo crime organizado, incluindo o tráfico de drogas.

O objetivo da reunião foi o de recolher informações para a atuação da subcomissão que trata do crime organizado.

Interceptações telefônicas
O procurador de justiça e coordenador do Gaeco do Rio de Janeiro, Claucio Cardoso da Conceição, sugeriu aos parlamentares alteração na lei que regulamenta as interceptações telefônicas (Lei 9.296/96) para fins de investigação.

Para Cláucio, o prazo da autorização judicial - que hoje é de 15 dias - deveria ser de 30 dias. "Se a investigação é produtiva, se ela é promissora, a cada 15 dias ter de voltar ao juiz, isso cria má vontade no próprio juiz. É uma estrutura burocrática. Invariavelmente você tem a interrupção entre uma quinzena e outra e outras. Isso causa quase sempre prejuízos irreparáveis à investigação."

O autor do requerimento para a realização da audiência pública, deputado Delegado Edson Moreira (PTN-M G), destacou que a experiência dos Gaecos serve de base para que a comissão possa elaborar uma legislação eficaz no combate ao crime organizado, que só no Rio de Janeiro e em São Paulo movimenta R$ 18 milhões por mês. "Os prejuízos causados pelo crime organizado são muitos: patrimoniais, vidas. Portanto é de suma importância coletarmos subsídios para facilitar a repressão. Esses grupos estão realmente cada vez mais organizados, enquanto o Estado está se desorganizando."

Reportagem - Karla Alessandra
Edição – Regina Céli Assumpção


Fonte: Agência Câmara de Notícia