CREDN discute apoio às famílias das vítimas do voo da Chapecoense
Luis Macedo
Brasília – A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados realizou na última quinta-feira, 14, audiência pública em que os familiares das vítimas do vôo da Chapecoense, tragédia que acaba de completar um ano, relataram a demora no pagamento das indenizações. O vôo da LaMia, companhia boliviana que transportava o clube de Santa Catarina para fazer a final da Copa Sul-Americana, na Colômbia, caiu próximo à cidade de Medellín, em 2016, provocando a morte de 76 pessoas entre dirigentes, jornalistas e tripulantes. Seis integrantes do voo, sendo três atletas, sobreviveram.
De acordo com o advogado da Associação dos Familiares e Amigos do Voo da Chapecoense, Fernando Lottenberg, poucos avanços ocorreram nestes 12 meses em razão dos processos não serem conclusivos quanto aos responsáveis pela queda do avião.
Para piorar, a propriedade da companhia não está clara. A LaMia estaria em nome de dois bolivianos, o piloto que morreu no acidente e um outro que está foragido, mas seria na verdade da família de um ex-senador venezuelano. O caso é cercado, segundo Lottenberg, de muita complexidade por envolver vítimas brasileiras e países como Bolívia, Colômbia e Venezuela.
Diante do cenário de incertezas, a Associação dos Familiares do Voo da Chapecoense apresentou ao clube proposta de criação de um fundo para sustentar e manter as famílias das vítimas pelo prazo de cinco anos. Thiago Degasperin, advogado da Chapecoense revelou que a idéia desta sendo discutida e envolve as famílias, dirigentes do clube e a prefeitura de Chapecó. Além disso, 50% de tudo que a Chapecoense recebe em termos de doações é repassado às famílias.
“Nós faremos uma avaliação minuciosa de tudo que foi debatido e vamos encaminhar questionamentos aos países envolvidos, por meio do Itamaraty, para buscarmos acelerar os procedimentos e resolver essa questão da melhor maneira possível”, informou o deputado Milton Monti (PR-SP), autor do requerimento que deu origem à audiência.
Jornalista responsável: Marcelo Rech
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