Paralimpíadas ampliaram respeito aos deficientes, diz presidente de comissão

21/09/2016 16h55

Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Paralimpíadas ampliaram respeito aos deficientes, diz presidente de comissão

César Halum: a Paralimpíada fez muita gente refletir que, às vezes, nós reclamamos da vida por muito pouco e a gente vê pessoas, com tamanhas dificuldades, se superarem daquela forma

O presidente da Comissão do Esporte da Câmara, deputado César Halum (PRB-TO), avaliou que a superação de atletas paralímpicos traz lições de vida e necessidade de ajustes na legislação brasileira.

O parlamentar acompanhou parte dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro e disse que o primeiro resultado concreto da competição foi reduzir preconceitos e ampliar o respeito em torno das pessoas com deficiência.

"Um assunto que mexeu com o povo brasileiro. A Paralimpíada fez muita gente refletir que, às vezes, nós reclamamos da vida por muito pouco e a gente vê pessoas, com tamanhas dificuldades, se superarem daquela forma. Acho que foi um exemplo para cada família no Brasil", disse.

72 medalhas
Nas duas semanas de competição, os atletas paralímpicos brasileiros conquistaram 72 medalhas, 14 delas de ouro, deixando o País no oitavo lugar geral. A classificação ficou abaixo da meta do Comitê Paralímpico Brasileiro, mas é a melhor do País na história dos jogos.

Financiamento de atletas
Em termos de legislação, César Halum anunciou que a proposta do Plano Nacional do Desporto, que a Comissão do Esporte deve concluir em outubro, vai garantir mais recursos diretamente para os atletas.

"Dentro desse Plano Nacional do Desporto, nós estamos querendo sugerir um novo tipo de financiamento para o esporte brasileiro”, explicou Halum. “O dinheiro da loteria esportiva precisa ser redirecionado. Da maneira como está, é um absurdo: estamos com muito pouco recurso para investir no esporte e com muito recurso para a área administrativa."

O deputado deu o seguinte exemplo: do total de recursos arrecadados com a loteria, 5% vão para a Caixa Econômica Federal operacionalizar o jogo, enquanto apenas 0,2% vai para as escolas e 0,1% para as universidades investirem em seus atletas.

Fiscalização das federações
As federações que administram mal os recursos também estão na mira da Comissão do Esporte, segundo Halum. "Nós temos que melhorar a fiscalização na ponta e exigir uma governança melhor dessas federações. Elas precisam, sim, sofrer fiscalização de tribunais de contas.”

Para ele, “não pode ficar do jeito que está porque todos os casos de pessoas que venceram e honraram o Brasil nessa disputa têm uma história bonita para contar, mas cheia de sacrifício. Na verdade, o apoio não chegou. As autoridades só querem participar da fotografia".

Um grupo de parlamentares (subcomissão) da Comissão do Esporte elabora uma proposta de Plano Nacional do Desporto desde março do ano passado. O texto do relator, deputado Evandro Roman (PSD-PR), será encaminhado ao Ministério do Esporte em forma de indicação, ou seja, uma sugestão do Legislativo para o Executivo federal.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Newton Araújo
Fonte: Agência Câmara Notícias