Secretário diz que SP precisa com urgência de gás natural para produção de energia elétrica

14/08/2015 16h50

A intenção é reduzir os riscos que representam a importação de energia por meio de linhas de transmissão que chegam até a 3 mil quilômetros de extensão

O secretário de Energia de São Paulo, João Carlos Meirelles, disse em audiência pública na Câmara dos Deputados que seu estado precisa com urgência de gás natural para a produção de energia elétrica e pediu apoio dos deputados. A intenção é reduzir os riscos que representam a importação de energia por meio de linhas de transmissão que chegam até a 3 mil quilômetros de extensão.

No início deste mês, o governador Geraldo Alckmin anunciou a construção de um gasoduto chamado de Rota 4. Trata-se de um projeto da iniciativa privada, que ficará pronto em sete anos, ao custo de R$ 8 bilhões. O gasoduto vai levar gás da área do pré-sal na Bacia de Santos para geração de energia elétrica em usinas térmicas na região de Cubatão (SP).

Enquanto a obra não fica pronta, o secretário de Energia defende a adoção de um mecanismo de troca chamado "swap". Nessa operação, o gás do pré-sal seria entregue para a Petrobras no Rio de Janeiro, e o estado de São Paulo utilizaria quantidade equivalente de gás que já passa pelos dutos em seu território (num total de 52,5 milhões de m3 por dia), conforme explica o secretário Meirelles.

"Isto pode ser feito imediatamente, porque nós temos porto de desembarque no Rio, capaz de fazer todo o abastecimento das térmicas, e nós poderíamos colocar esse gás numa compensação do gás que fosse utilizado em São Paulo, que estaria sendo colocado no mesmo volume no porto do Rio de Janeiro."

O diretor de Operações da concessionária Comgas Natural, José Carlos Broisler, disse que o gasoduto vai promover uma conexão direta do gás produzido no pré-sal com o maior mercado de energia do Brasil, que é o estado de São Paulo. Um aspecto importante, segundo Broisler, é que a Rota 4 não vai competir com outras já existentes.

"Não é uma infraestrutura que terá um caráter de competição, muito pelo contrário, é absolutamente complementar e vem suprir uma necessidade futura de escoamento do gás que vai ser produzido no pré-sal. Então, esse projeto faz todo sentido."

A audiência foi presidida pelos deputados Edio Lopes, do PMDB de Roraima e Antonio Carlos Mendes Thame, do PSDB de São Paulo e contou com a participação da Frente Parlamentar Mista Pró-Gás Natural.

Câmara Notícias