Presidente da Empresa de Pesquisa Energética descarta racionamento

03/04/2014 13h53
02/04/2014 19:58

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim disse nesta quarta-feira, na Câmara dos Deputados, que o País enfrenta a pior estiagem da história. Segundo ele, a situação é muito pior que aquela enfrentada pelo Brasil em 2001, quando os consumidores tiveram que fazer racionamento de energia.

Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
Audiência pública para discutir a crise no sistema elétrico brasileiro e suas consequências para o desenvolvimento do País. Presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tiomno Tolmasquim
Presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, afirma que país enfrenta a pior estiagem da história 

Apesar da estiagem, Tolmasquim descarta a possibilidade de a população ser obrigada a racionar energia. Ele explica que, desde o apagão de 2001, a capacidade de geração de energia cresceu 43% acima do aumento de consumo no mesmo período, tornando a situação energética do Brasil mais tranquila.

"É uma questão que merece atenção, mas que não merece desespero, porque nós temos uma situação estrutural, de oferta e demanda, que é muito diferente daquela que nós tínhamos em 2001. Uma situação muito diferente daquela que nós tínhamos naquela época."

O deputado Geraldo Thadeu, do PSD de Minas Gerais, foi quem sugeriu o debate na Comissão de Minas e Energia. Ele está satisfeito com os esforços do governo para evitar a volta do racionamento de energia.

"O Brasil hoje está mais preparado para enfrentar uma crise como esta que estamos enfrentando. Em 2001 tivemos racionamento e se em 2001 tivessemos tido uma estiagem como esta de hoje teria sido o caos total."

Mas, apesar de o risco de racionamento estar descartado por enquanto, é bom o consumidor já ir pensando em economizar, porque com a baixa nos reservatórios, o País está consumindo mais energia de termoelétricas , que é uma energia mais cara, e a conta para o consumidor residencial só vai chegar no ano que vem, como explica o presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia Reginaldo Medeiros.

"Ele está sendo induzido ao consumo a um preço baixo, quando na verdade ele está pagando um preço alto. Como as distribuidoras não tem recursos suficientes para pagar a conta das geradoras, está sendo contraído um empréstimo em nome do consumidor, para que ele pague este empréstimo nos reajustes tarifários que acontecem a partir do ano que vem."

O deputado Welinton Prado, do PT de Minas Gerais, está especialmente preocupado com a situação dos consumidores mineiros.

"Dia 8 agora vai ter a revisão ordinária anual dos valores, das tarifas da Cemig e a Cemig já solicitou um reajuste de 30%".

A Empresa de Pesquisa Energética é um órgão ligado ao Ministério das Minas e Energia.

Da Rádio Câmara, de Brasília, Juliano Machado Pires