Doença celíaca precisa ser melhor divulgada, afirmam especialistas

“Estima-se que o diagnóstico para doença celíaca em adultos pode demorar de 5 a 10 anos no Brasil. O diagnóstico precoce é de extrema importância para o tratamento. Os exames e os alimentos são de alto custo. Precisamos avançar mais ainda nas discussões para que tenhamos uma plena assistência aos celíacos, por isso estou propondo a instituição do Dia Nacional da Pessoa com Doença Celíaca”. A afirmação, do deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), foi feita durante a Audiência Pública “A Criação de Políticas Públicas Voltadas à Doença Celíaca e aos Celíacos”, realizada pela Comissão de Legislação Participativa (CLP), por sugestão da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), no dia 7 de dezembro.
12/12/2016 09h23

Durante a audiência, o médico Vinícius Machado de Lima Médico, especialista em gastroenterologia, hepatologia e endoscopia digestiva, fez um breve histórico dos 10 mil anos de relação da humanidade com o cultivo do trigo, e informou que, em cada 400 brasileiros, um é celíaco.

Renata Zandonadi, nutricionista, doutora em Ciências da Saúde, abordou a dificuldade que os celíacos – pessoas que não podem consumir glúten (substância que existe no trigo, na aveia, no centeio, na cevada e no malte que vem da cevada) – em conseguir alimentos adequados. “Há produtos disponíveis, mas o preço é elevado”, disse.

Pedro Kitoko, presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Espírito Santo, lembrou que os celíacos “não fazem uma dieta da moda, mas fazem uma dieta porque precisam, é um tratamento. Eles têm o convívio social dificultado – não podem comer o bolo numa festa de aniversário, por exemplo”.

Flávia Anastácio de Paula, professora adjunta da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, abordou a perspectiva da pessoa celíaca. “As informações sobre celíaco, os problemas, estão publicados. Estima-se mais de 2 milhões brasileiros celíacos, mas é preciso pesquisar o número real”, reclamou.

Antônia Maria de Aquino, gerente geral substituta de alimentos da Anvisa e representante do Ministério da Saúde, tratou da regulamentação da rotulagem de alimentos processados. “A lei 8.496 de 1992 determinou que os fornecedores de alimentos que contêm glúten comunicassem isso ao consumidor. Muitas vezes o fabricante, com medo de sofrer algum processo penal devido ao alimento que fornece, diz que contém glúten, mesmo não contendo”.

A íntegra do evento pode ser acessada no endereço https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/clp/videoArquivo?codSessao=58618&codReuniao=46049#videoTitulo

 Carlos Pompe, Ascom da CLP