Debatedores cobram reconhecimento da ultrassonografia como especialidade médica independente

Especialistas pediram, em audiência pública da CLP, o reconhecimento da ultrassonografia como área de atuação e especialidade médica independente. A audiência aconteceu por iniciativa dos deputados Flávia Morais (PDT-GO) e Glauber Braga (Psol-RJ).
27/11/2018 18h15

Especialistas pediram nesta terça-feira (27) na Câmara dos Deputados, em audiência pública promovida pela Comissão de Legislação Participativa (CLP), o reconhecimento da ultrassonografia como área de atuação e especialidade médica independente. Os debatedores também defenderam a adoção do dia 21 de agosto como Dia Nacional do Médico Ultrassonografista, pelo fato de ser a data em que foi fundada a Sociedade Brasileira de Ultrassonografia (SBUS), em 1993. A audiência aconteceu por iniciativa dos deputados Flávia Morais (PDT-GO) e Glauber Braga (Psol-RJ).

O presidente da SBUS, Rui Gilberto Ferreira (à direita na foto desta matéria), explicou que a adoção da data comemorativa daria mais visibilidade à importância da ultrassonografia. “A história da medicina se confunde com a própria história da humanidade, e temos uma medicina antes e outra depois da ultrassonografia, que é uma extensão da mão e do olho do médico, pelo fato de aperfeiçoar muito as ações de diagnóstico e terapêutica”, ressaltou.

Ele informou que o uso da ultrassonografia no mundo começou mais efetivamente a partir dos anos 40, com grandes avanços nos anos 60, 70 e 80 do século passado. No Brasil, o primeiro aparelho chegou em 1971.

O vice-presidente da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia, Reisson Serafim Cruz (à esquerda na foto), salientou a importância da ultrassonografia na obstetrícia: “É uma ferramenta simples e barata, um exame que não demanda muita tecnologia, como uma ressonância ou tomografia, e contribui inclusive para a redução de gastos na saúde pública”.

Segundo ele, todos os anos no Brasil cerca de 340 mil bebês nascem prematuros, ou seja, antes de completada a 37ª semana de gestação. “Isso equivale a 931 bebês prematuros por dia, que podem ter muitas complicações e falecer em função da prematuridade. Um exame simples de ultrassom endovaginal, que dura cinco minutos e tem o resultado na hora, seleciona a gestante que vai para um pré-natal de alto risco e aquela que vai para um pré-natal de baixo risco, com menos gastos públicos”, explicou.

Outra aplicação do exame, conforme destacou Reisson Cruz, é a identificação de fetos anencéfalos. “É algo que pode ser detectado precocemente e dar a opção, para a gestante, de como ela vai conduzir a gestação”.  

Além disso, ele salientou que a ultrassonografia pode ajudar na prevenção da pré-eclâmpsia, uma doença da gestação que pode causar uma série de transtornos para a saúde da mulher e até a sua morte. “Podemos diminuir mortalidade materno-fetal com essa ferramenta simples”, afirmou.

Importância reconhecida

A deputada Flávia Morais apoiou a proposta de reconhecimento da ultrassonografia como área de atuação da medicina.  “Acompanho o trabalho de ultrassonografia e sei a importância desse exame na vida das pessoas, principalmente na prevenção de doenças. É importante valorizar esse profissional, essa área de atuação, para que tenhamos cada vez mais diagnósticos rápidos e precisos sem comprometer a saúde dos pacientes”, concluiu.