Câmara sedia fórum nacional de políticas de tratamento e combate ao câncer

O presidente da Comissão de Legislação Participativa, deputado Fábio Ramalho (PV-MG), chama a atenção para o diagnóstico precoce.
14/04/2015 18h37

Assessoria com Agências

Câmara sedia fórum nacional de políticas de tratamento e combate ao câncer

Diagnóstico precoce. Essa foi uma das principais preocupações de palestrantes e debatedores durante o 5º Fórum Nacional de Políticas de Saúde em Oncologia, realizado nos dias 8 e 9 de abril, promovido pela CLP. 

De acordo com dados do INCA (2014), estima-se 566 mil novos casos de câncer para este ano, porém, 60% dos diagnósticos só serão dados em estados avançados. 

O deputado Fábio Ramalho (PV-MG) avalia que o diagnóstico precoce representa economia para o setor da saúde. "O custo diminui quando você pega o diagnóstico antes. O tratamento fica bem menos caro e ainda dá uma qualidade de vida melhor ao paciente."

Sandro José Martins, do Ministério da Saúde, destacou que é fundamental a integração entre os serviços da oncologia. “A prevenção, o acompanhamento dos doentes, o diagnóstico precoce, tudo tem de estar capilarizado no sistema de saúde”, observou.

A respeito da diferença de atendimentos pelo sistema de saúde no país, Martins afirma que, infelizmente, o atendimento do SUS na região norte é diferente do feito na região sul, mas disse que o processo de melhoria tem sido contínuo.

Para Pascoal Marracini, da Associação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Combate ao Câncer (ABIFICC), apesar de a medicina não ser uma ciência exata, os tratamentos o são, e é preciso saber se a conta vai fechar ou não. “Existem barreiras e conflitos entre a prescrição do médico e o valor estabelecido na tabela APAC (Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade). Precisamos sentar e rever esse modelo, buscando uma nova prática de gestão.”

Eduardo Weltman, da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), alertou para o deficit de 30% a 40% de radioterapia no país e que esse problema poderia ser minimizado se o Ministério da Saúde “autorizasse a abertura para a rede suplementar suprir essa demanda”.

A presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holts, afirmou que a falta diagnóstico precoce e a demora no acesso ao tratamento ainda são os maiores desafios no Brasil. "Hoje a gente prioriza a pessoa que ainda não é um paciente, mas que está com sintoma de câncer, mas ela está em uma fila. Então, a gente tem que juntar esforços, focar muito o trabalho para conseguir que essas pessoas, por exemplo, uma mulher que já sente um nódulo na mama, alguém que percebe que tem sangue nas fezes, essas pessoas precisam ser priorizadas, porque a gente consegue salvar a vida delas, fazendo uma detecção precoce.”

O evento reuniu os mais diversos atores envolvidos com a temática do câncer, como órgãos de governo, a exemplo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e representantes de empresas e da indústria farmacêutica, de operadoras de planos de saúde, pesquisadores, ONGs, parlamentares, entre outros.