Ministro da Defesa fala sobre aquisição de aviões de caça da Suécia

O ministro da Defesa, Celso Amorim, defendeu a aquisição pelo Brasil de 36 aviões de caça Gripen, de fabricação sueca, em audiência realizada no dia 9 de dezembro de 2014, pelas comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados; e de Fiscalização Financeira e Controle.
25/03/2011 16h10

O ministro da Defesa, Celso Amorim, defendeu a aquisição pelo Brasil de 36 aviões de caça Gripen, de fabricação sueca, em audiência realizada no dia 9 de dezembro de 2014, pelas comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados; e de Fiscalização Financeira e Controle.

Deputados integrantes dos dois colegiados manifestaram preocupação com os custos da aeronave e com o fato de a Suíça ter desistido de adquirir este modelo, o que lança incertezas sobre o cumprimento da parceria
com o Brasil.

De acordo com Amorim, os valores foram atualizados porque as propostas eram antigas e a própria Força Aérea Brasileira (FAB) requisitou adaptações no projeto. Segundo ele, “os valores da proposta eram de 2009, e o contrato só foi assinado em 2014”. Ele afirmou que o Brasil deve receber o primeiro avião em 2019 e, até 2025, terá seu esquadrão completo. 

O ministro destacou a importância da parceria para o desenvolvimento da indústria nacional. Do total de 36 caças, 13 serão construídos na Suécia com supervisão de engenheiros brasileiros; oito aviões serão construídos por brasileiros com supervisão sueca; e os restantes 15 caças serão construídos no Brasil. O ministro informou ainda que mais de 100 engenheiros brasileiros participam do projeto e que não haverá “caixa-preta” em relação ao projeto com o Brasil e à transferência tecnológica.

Autor do Requerimento na CFFC, o deputado Vanderlei Macris questionou se este seria o momento adequado para fazer uma compra tão cara. “Houve, por parte do governo, tentativa de explicação com a mudança de projeto, mas evidentemente, vamos analisar mais profundamente as respostas do ministro porque ficou sem uma explicação adequada esse aumento nos custos”, disse Macris.

Segundo o parlamentar, o ministro não soube responder a pergunta que lhe foi feita sobre as condições econômicas do país para os próximos anos, com a perspectiva de cortes pesados para poder adequar o Orçamento à realidade que o país vive. “O ministro afirmou que negociou com a equipe econômica que está saindo, não com a próxima”, criticou o deputado, que reconheceu que equipar as forças armadas é importante, mas questionou se este seria o momento adequado.

A audiência foi requerida pelos deputados Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB--SP), Emanuel Fernandes (PSDB-SP), Rubens Bueno (PPS-PR), Duarte Nogueira (PSDB-SP), Eduardo Barbosa (PSDB-MG) e Vanderlei Macris (PSDB-SP). Além do ministro, participaram o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, e o presidente da Comissão Coordenadora Aeronave de Combate, brigadeiro José Augusto Crepaldi Affonso.