Sugerida CPI para investigar confederações esportivas.

As irregularidades que levaram ao afastamento e prisão de Coaracy Nunes e outros diretores da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA); a possibilidade do fim do patrocínio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBCT; e um debate acalorado sobre o direito de voto aos clubes e atletas na entidade, dominou a Mesa Redonda, presidida pelo Deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), realizada hoje, terça-feira, (18/04/2017) pela Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, levando, inclusive, a sugestão de uma CPI para investigar as confederações esportivas.
18/04/2017 19h05

Wagner Ulisses

Sugerida CPI para investigar confederações esportivas.

Além desses tópicos também incrementaram o debate as sugestões de fortalecimento de marketing na área comercial, revisão do modelo de governança e definição de critérios técnicos para divisão de recursos entre as modalidades esportivas que compõem a CBDA, a saber Natação, Saltos Ornamentais, Nado Sincronizado, Polo Aquático e Maratonas Aquáticas. Fundada em 1978, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos é uma entidade oficial que regulamenta os desportos aquáticos no Brasil. É vinculada ao Comitê Olímpico Brasileiro.

Patrocinador oficial da CBDA, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, foi representada por seu presidente ,Guilherme Campos,  que discorreu sobre as dificuldades que a empresa vem passando o que levou a diminuição do valor do patrocínio aos esportes aquáticos brasileiros.  Campos disse que o patrocínio à CBDA já dura mais de 20 anos e não pretende suspender o repasse de recursos alertando, no entanto,  que a crise financeira dos Correios levará a um corte profundo nas verbas da Confederação que  passará de R$ 24,4 milhões no ano passado para  R$ 5,7 milhões este ano.

A sugestão de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI foi defendida pelo deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA)  e pelos deputados Evandro Roman (PSD-PR) e Raquel Muniz (PSD-MG).

Ao propor a CPI, Jordy citou que há outras investigações em curso no TCU que apontam para irregularidades em pelo menos outras seis confederações esportivas do País. "A CBDA não é um fato isolado", comentou.

Arnaldo Jordy leu trechos da decisão judicial que determinou a prisão de Coaracy Nunes por desvio de recursos públicos e fraude em licitações, citando que a sentença traz mais de uma dezena de acusações do Ministério Público Federal.

Por sua vez, o secretário de controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU), Ismar Cruz, que também participou do debate, disse que das 42 licitações realizadas entre 2013 e 2015 pela CDBA, 37 foram vencidas pela mesma empresa o que leva a crer que há suspeita de fraudes.

 Gustavo Licks,  interventor da CBDA, garantiu que não permitirá que os atletas sejam prejudicados.

O  secretário nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Luiz Lima, em vídeo apresentado no Plenário da Comissão, disse  que a mudança deve começar com uma maior participação dos atletas na tomada de decisões. Para ele, o atleta tem que participar da gestão e das decisões sobre o futuro da Confederação.