Antônio Veronezi, Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária e José Humberto Henriques vencem o Prêmio Darcy Ribeiro 2017

A premiação será no dia 31 de outubro, na Câmara dos Deputados. Será outorgada a cada vencedor uma medalha com a efígie de Darcy Ribeiro
09/08/2017 14h36

Acervo/Comissão de Educação

Antônio Veronezi, Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária e José Humberto Henriques vencem o Prêmio Darcy Ribeiro 2017

Deputados se mobilizaram para a votação do Prêmio Darcy Ribeiro 2017

A eleição dos vencedores do Prêmio Darcy Ribeiro 2017 foi intensa e disputada. Foi a fase final de um processo de seleção que começou no mês de maio, quando deputados e senadores fizeram suas indicações ao prêmio.

Logo no início da reunião, os deputados responsáveis pela indicação de cada um dos finalistas fizeram a defesa de suas indicações. Foi o momento em que todos puderam conhecer o trabalho e as atividades desenvolvidas pelos finalistas em prol da educação.

Logo depois, começou a votação. Numa urna convencional, os deputados da Comissão de Educação colocavam numa cédula a indicação de três dos dez finalistas ao prêmio. Ainda que o voto seja secreto, muitos parlamentares fizeram questão de declarar publicamente em quem votariam.

A apuração foi feita com a leitura de cada um dos votos. O resultado aparecia imediatamente no painel eletrônico. Os vencedores são os seguintes: Antônio Veronezi, Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária –CENPEC e José Humberto Henriques. Os apoiadores de cada uma das candidaturas vencedoras comemoraram bastante. 

A entrega do diploma de menção honrosa e a outorga da medalha com a efígie de Darcy Ribeiro será no dia 31 de outubro de 2017, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados.

Conheça um pouco mais sobre os vencedores do Prêmio Darcy Ribeiro 2017.

1. Antônio Veronezi

Antonio Veronezi iniciou sua carreira como office-boy aos 11 anos de idade, no Colégio do Ateneu Ruy Barbosa no bairro da Penha, São Paulo, para custear seu próprio estudo. Aos 16/17 anos já era secretário desse colégio, voltando aos 25 anos, já universitário em final de curso e formado em Química Industrial para criar o curso técnico de Química Industrial, que dirigiu até os 27 anos. Lecionava Química Geral e Inorgânica e Química Orgânica, além de aulas que ministrava no colégio de aplicação da Universidade Mogi das Cruzes.

Aos 26 anos foi convidado para dar aulas no Colégio Claretiano de Guarulhos, onde formou um grupo e arrendou essa escola, em 1969, criando nessas instalações a Faculdade Farias Brito, de Guarulhos, em 1970, da qual foi diretor-geral por dois anos.

Em 1972 foi convidado a fazer um plano de recuperação para a Faculdade de Direito de Bragança Paulista que estava saindo de uma intervenção federal. Assumiu a Diretoria de Planejamento do Instituto de Ensino Superior da Região de Bragantina e nessa jornada, criou em Bragança os cursos de Administração, Ciências Contábeis, Odontologia e Medicina, além do curso de Biologia.

Em Itatiba (SP), criou a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras e a Faculdade de Engenharia. Criou também as Faculdades Integradas Santo Antônio. No decorrer desse episódio, voltou ao seu colégio de origem, o Ateneu Ruy Barbosa, e reuniu outras três escolas da zona leste de São Paulo (Penha e Tatuapé), criando as Faculdades da Zona Leste de São Paulo, hoje UNICID, agora absorvida pela Unicsul.

Orientou e formatou, a pedido do Ministro Jarbas Passarinho, a primeira Faculdade particular de Belém do Pará, hoje UNAMA - Universidade da Amazônia. Em 1978, retornou às Faculdades Farias Brito, foi reintegrado ao quadro societário e transformou as faculdades na Universidade de Guarulhos, sendo eleito Reitor e, posteriormente, Chanceler, atingindo nas últimas avaliações do MEC conceito 4.

Ocupou a diretoria e a vice-presidência do SEMESP - Sindicato das Mantenedoras do Estado de São Paulo e criou, em 1985, a ANUP - Associação Nacional dos Universidades Particulares, a qual presidiu por 6 anos, além de integrar a diretoria do CRUB - Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras. Hoje, orienta a direção da UNISA - Universidade Santo Amaro e é membro do Conselho de Administração da ABMES.

Tem vários títulos e homenagens: foi incluído no livro Quem é Quem (Who´s Who) da educação internacional por serviços prestados à educação nacional (2002); membro honorário da Força Aérea Brasileira (2009); Prêmio Top Educacional Professor Mario Palmério - 1º lugar (2009); e professor ´´Honoris Causa`` Universidade de Guarulhos (2010).

Antônio Veronezi foi indicado pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM/RS). Subscreveram a indicação os deputados Lelo Coimbra (PMDB/ES), Saraiva Felipe (PMDB/MG), Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP) e Átila Lira (PSB/PI).

2. Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária –Cenpec                    

O Cenpec é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, criada em 1987 por pesquisadores da educação e da área social. Sua missão é contribuir para melhorar a educação no Brasil, por meio de estudos, projetos, metodologias e formações técnicas, em benefício de milhares de gestores, professores e alunos. O fio condutor das ações é o enfrentamento às desigualdades e a defesa do direito à educação pública de qualidade para toda a população brasileira.

As principais temáticas desenvolvidas pelo Cenpec são: educação integral, currículo, letramento, gestão escolar e desigualdades educacionais. O trabalho da equipe pressupõe escuta, diálogo e construção coletiva e é executado sempre em parceria com secretarias municipais e estaduais, ministérios, empresas, escolas, organismos multilaterais, organizações da sociedade civil, institutos de pesquisa e espaços educativos de caráter público.

 O corpo técnico apresenta como marca a estreita ligação com a realidade da escola pública ‒ o chamado “chão da escola” ‒, o respeito às suas características (ao ethos da escola pública), o bom diálogo com gestores, a associação com demais organizações da sociedade civil e o canal aberto com a universidade.

Em cada projeto, a equipe multidisciplinar e comprometida com a escola pública de qualidade, promove a ponte entre a experiência concreta das práticas educativas de várias localidades, os novos conhecimentos da sociedade contemporânea e as pesquisas recentes do mundo acadêmico. Tudo isso a partir de um entendimento da educação como algo mais amplo, que abrange valores éticos e formação para a cidadania e a diversidade, em conexão direta com os desafios do nosso tempo.

É essencial destacar que o Cenpec consiste em uma instituição independente e apartidária. Os recursos que viabilizam o desenvolvimento dos projetos têm sua origem em diversas parcerias firmadas com o poder público, em todas as suas esferas, e com investidores sociais privados.

 As linhas de atuação do Cenpec são as seguintes: Base curricular - contribuir para a construção de uma base nacional comum curricular; Valorização docente – colaborar para a valorização e formação dos profissionais da educação; Letramento – promover a ampliação e a diversificação do letramento; Gestão – fortalecer a gestão escolar para o desenvolvimento integral das crianças, adolescentes e jovens; Educação Integral – contribuir para fortalecer as políticas que visam ao desenvolvimento integral das crianças, adolescentes e jovens; Educação e Equidade – colaborar para a construção de políticas para infância, adolescência e juventude que enfrentem as desigualdades sociais.

Os 12 principais projetos desenvolvidos atualmente pelo Cenpec são: Aceleração de Aprendizagem; Assessoria em Educação Integral; Assessoria Técnica ao Impaes; Educação com Arte: Oficinas Culturais; Entre na Roda – leitura na escola e na comunidade; Olimpíada da Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro; Plataforma do Letramento; Plataforma Alfaletrar; Prêmio Itaú-Unicef; Prêmio Respostas para o Amanhã; Programa Jovens Urbanos; Site Educação e Participação.

O trabalho diário do Cenpec impacta positivamente de forma direta pelo menos 200 mil professores de escolas públicas em municípios de todos os estados da federação. Esse número significa cerca de 10% do total de docentes da Educação Básica do Brasil, de aproximadamente 2,1 milhões.

 O Cenpec foi indicado pela deputada Prof.ª Dorinha Seabra Rezende (DEM/TO).

3. José Humberto Henriques

José Humberto Henriques nasceu em Brejo Bonito, município de Cruzeiro da Fortaleza/MG, em 1958. Após concluir o ensino médio no Colégio Diocesano de Uberaba, formou-se médico pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, Uberaba, 1981.

Ele especializou-se em cardiologia pela Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto em 1983, e em cardiologia infantil pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia do Estado de São Paulo, em 1984. É mestre em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (1994) e doutor em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (2001).

José Humberto se dedicou à literatura desde a infância. Escreveu 306 livros, uma marca surpreendente, levando em conta a condição de ser doutor em Medicina Interna. Desse volume, publicou 46 livros em papel e, no ano de 2017, publicou 296 volumes no sistema digital, gerido pela Amazon.com/kindle.

Ele talvez seja o autor brasileiro vivo mais profícuo e tenaz. Seus livros giram na área do romance, da novela, poesia, conto, crônica, dramaturgia e ensaio. Escreveu em seis idiomas e publicou em todos eles. Português, italiano, inglês, espanhol, alemão, romeno e francês. Todos podem ser disponibilizados pela Amazon.

Recebeu mais de 100 prêmios literários representativos, destacando-se: Prêmio para Autores Nacionais do MEC 1999, com o livro “Glória e Agonia de Aspiculeta de Campoamor”; Rádio France International, no gênero conto; Prêmio Cora Coralina de Literatura 2002, Goiânia (GO); e Concurso Literário Nacional Taba Cultural 2001, Rio de Janeiro (RJ).

É membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, ocupando a cadeira nº 26, onde assumiu a presidência da Casa em 12 de março de 2009, gestão que durou até 2011. É membro da Academia Municipalista de Letras de Belo Horizonte – MG.

Henriques continua produzindo. Termina agora um romance que tem como pano de fundo os garimpos do Mato Grosso nos anos 30, além de um livro de contos e poesia visual.

José Humberto Henriques foi indicado pelo deputado Caio Narcio (PSDB/MG).