Comissão de Cultura debate em Audiência o papel da filatelia no país

Audiência Pública realizada em 25/10/2017
10/11/2017 15h10

Por Mirelle Bernardino

Uma história caracterizada por adaptação e tradição em todo o mundo, o mercado da filatelia, conhecido como selo postal, mantém-se vivo desde sua criação na Inglaterra, no ano de 1840.  No Brasil, essa realidade chegou aos despachos em 1843 e, desde então, tornou-se obra prima da cultura do país.

Apesar da baixa crescente, os Correios divulgam, em média, quatro selos anualmente. Segundo o atual presidente Guilherme Campos, a atividade está ativa há 150 anos, mas aos longos dos últimos tempos vem sendo negligenciada. “Uma atividade de suma importância como marca histórica no país, mas dentro dos Correios é uma atividade negligenciada durante anos”, afirmou durante sua fala em uma Audiência Pública, na Comissão de Cultura.

O presidente da Federação Nacional de Filatelia, Rubem Porto Jr, afirma que a instituição durante anos vem trabalhando em busca de resgatar a filatelia brasileira. Para Porto, o mercado abrange quatro campos de atuação tais como: econômico, o de entretenimento, o campo cultural e o histórico. Pois através dos selos postais é possível perpetuar histórias, eventos e ideologias.

Escolhendo estampas

O atual presidente dos Correios, Guilherme Campos, conta que, anualmente, as escolhas dos selos são feitas por meio de votação que decide qual serão os selos do ano seguinte. No entanto, os Correios estão abertos para sugestões e novas artes. Os artistas que levam o nome nos selos são brasileiros pintores, desenhistas, fotógrafos.

As artes dos selos são baseadas em fenômenos históricos, de modo que, sempre que os Correios lançam um selo novo, um edital contextualizando a escolha do tema é feita. O selo de natal, por exemplo, foi inspirado em histórias como romance de Ernest Theodor Amadeus Hoffmann, O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos, de 1816 e principalmente do conto O Soldadinho de Chumbo de Hans Christian Andersen. Nathanna Érica, que criou a arte do Conto de Natal, diz que, mesmo sendo baseado em uma obra que não é brasileira, foram incluídos alguns aspectos tropicais na arte.