Cindra debaterá o não cumprimento das condicionantes do Consórcio Norte Energia na construção da Usina Belo Monte.

A Comissão de integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (Cindra) aprovou, na manhã desta quarta-feira (10), requerimento que propõe a realização de uma audiência pública para debater o cumprimento das condicionantes por parte do Consórcio Norte Energia na construção da Usina Belo Monte. A propositura é de autoria da presidente da comissão, deputada Júlia Marinho e do deputado Arnaldo Jordy.
12/06/2015 13h45

 A solicitação se deu em virtude do resultado da Mesa-Redonda promovida no município de Altamira, no último dia 29, com as presenças dos parlamentares mencionados acima, demais representantes de movimentos sociais, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do estado do Pará, Defensoria Pública da União, onde não compareceu a representação do Consórcio Norte Energia.

“Na oportunidade sentimos o grau de insatisfação em que se encontram as pessoas atingidas por este empreendimento e que a ausência de representantes do Consórcio Norte Energia neste evento não pode trazer maiores esclarecimentos sobre a real situação em que se encontra o desenvolvimento das ações das condicionantes na Usina de Bel Monte”, disse a parlamentar.

Segundo Júlia, a reunião servirá para que o Consórcio Norte Energia esclareça de forma efetiva a real situação em que se encontra o cumprimento das 54 condicionantes.

“Cerca de 70% do projeto da hidrelétrica de Belo Monte já está concluído e até agora menos de um terço das condicionantes foi cumprido. Altamira e Vitória do Xingu não estavam preparados para um projeto tão audacioso. Moradores dos municípios estão clamando justiça. O descaço com a população já gerou pessoas com depressão, dois casos de suicídio, falta de saneamento, de saúde, fome, violência, prostituição e outros. Precisamos lutar para que os moradores atingidos recebam o apoio necessário conforme acordado para realização deste importante empreendimento” esclareceu a deputada.

Para Arnaldo Jordy, os impactos sociais da construção geraram em Altamira, , uma explosão populacional sem controle e planejamento. “Além disso, há indícios de outras irregularidades como a observada no processo de indenizações das famílias que foram retiradas das áreas onde os canteiros de obras estão sendo instalados”, afirmou Jordy, que relatou já ter requerido várias vezes informações e relatórios do consórcio, porém sem nenhum retorno.