Duas mulheres compõem a nova Mesa Diretora da Câmara dos Deputados

Em eleição neste domingo (01), as deputadas Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Luiza Erundina (PSB-SP) foram escolhidas para integrar a Mesa Diretora
02/02/2015 10h58

Na tarde de sábado (31/01), parte da Bancada Feminina, reunida no Plenário 12 da Câmara dos Deputados, recebia uma boa notícia: a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) seria indicada na vaga de seu partido à compor a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Até então, apenas a ex-deputada Rose de Freitas, hoje senadora, ocupara a 1ª Vice-Presidência da Câmara.

No dia seguinte, mais uma boa notícia havia sido recebida após a reunião do Colégio de Líderes. A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) seria indicada por seu partido a ocupar a 3ª Secretaria da Câmara dos Deputados.

Após a eleição, que ocorreu na noite do domingo, o cenário se concretizou: duas mulheres passaram a compor a Mesa Diretora, pela primeira vez na história. Mara Gabrilli (PSDB-SP) foi eleita para a 3ª Secretaria, com 456 votos. Luiza Erundina (PSB-SP), com 372 votos, foi eleita para a 3ª suplência.

Erundina é autora de proposta de emenda à Constituição (PEC 590/06) que obriga a Mesa a ter em sua composição ao menos uma mulher. “É um passo pequeno, mas nos ajuda a chegar a uma conquista maior”, disse a deputada, pouco antes da votação de domingo, ao analisar a indicação de duas mulheres para a Mesa Diretora.

A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), coordenadora da Bancada Feminina, comemorou. “A deputada Luiza Erundina tem uma história de luta, de vida, de resistência e de coerência com a luta dos diretos da mulher e será um orgulho para nós tê-la na composição da Mesa”, disse.

Gestão
Na 3ª Secretaria, Mara Gabrilli será responsável pela gestão administrativa de passagens aéreas e por examinar os requerimentos de licença e as justificativas de faltas dos deputados. “Nunca uma mulher assumiu o cargo de gestão na Mesa Diretora. Primeiro o fato de ser mulher, depois o de ser deficiente. O fato de poder participar de todas as decisões da Mesa dá protagonismo à mulher e aos deficientes”, afirmou.

Gabrilli acredita que pode trazer um protagonismo diário para as deputadas e representar mais de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência. “Ter uma mulher tetraplégica compondo a Mesa mostra que tudo é possível, desde que haja acessibilidade”, disse.

Reivindicações
Nesta legislatura, a bancada feminina entregou a todos os candidatos à Presidência da Câmara uma plataforma com as principais reivindicações das deputadas.

No documento, as deputadas ressaltam que, apesar dos avanços na legislação eleitoral, o número de mulheres na Casa “continua longe de corresponder à representação justa e adequada da parcela feminina da população brasileira”. A bancada feminina na Câmara cresceu de 45 para 51 deputadas com a última eleição, mas ainda ocupa apenas 9,94% do total de cadeiras (513).