Mudança na meta mostra que governo não teve condições de executar seu próprio orçamento

O presidente da Câmara dos Deputados acredita que a alteração na meta pode trazer implicações no endividamento do país, na confiança dos empresários e nas perspectivas de investimento
11/08/2017 17h13

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou nesta sexta-feira (11) que a mudança da meta fiscal deste ano será “muito ruim” e significa que o governo não conseguiu cumprir seu papel de cortar despesas.

“Nós temos um déficit de 139 bilhões de reais que pelo jeito o governo vai anunciar o aumento da meta que também é muito ruim, mostra que o governo não teve condições de executar o seu próprio orçamento cortando despesas”, disse Maia durante participação em evento na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

Segundo Maia, a alteração na meta pode trazer implicações no endividamento do país, na confiança dos empresários e nas perspectivas de investimento. Uma solução apontada pelo presidente da Câmara é acabar com os privilégios do setor público e privado e isso só será feito com as reformas.

“Acho que na reforma Tributária nós temos que tratar exatamente desse desequilíbrio. Alguns setores pagam muitos impostos, outros setores não pagam impostos no Brasil. A gente sabe que isso é verdade e temos que enfrentar esse problema”, afirmou.

Rodrigo Maia avalia que a aprovação da reforma da Previdência minimizaria os efeitos negativos do aumento do rombo fiscal, uma vez que os gastos previdenciários são o principal peso para as contas do governo.

"O Parlamento tem que escolher os caminhos e tributar a sociedade não é o caminho, mas temos despesas obrigatórias que crescem todos os anos. Precisamos enfrentar as despesas obrigatórias para não aumentar impostos", afirmou Maia, reiterando, ainda, que a Câmara não vai apoiar o governo em nenhum tipo de aumento de impostos.

REFORMA POLÍTICA

O presidente da Câmara dos Deputados comentou a votação do texto da reforma Política na Comissão Especial.

“Se nós tivermos o distrital misto para 2022 é maravilhoso, eu acho que a transição ela está dando sinais que não são os melhores. Se o fundo eleitoral fosse criado e tivesse início, meio e fim, mesmo com todo o desgaste, era de melhor entendimento para a sociedade. Na hora que você cria ele permanente não é bom, porque a gente não vai precisar disso de forma permanente”, avaliou Maia.

Segundo ele, a criação de um fundo permanente para financiamento eleitoral dá uma sinalização negativa à sociedade em tempos de necessidade de ajuste fiscal, enquanto o modelo de voto majoritário para o Legislativo, conhecido como "distritão", precisaria de uma cláusula de desempenho para evitar a proliferação de mais partidos políticos.

O Presidente
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