Encontro com o artista

Oh, Igualdade! Por que tardas?

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Esta edição do programa traz uma entrevista com a professora da Universidade de Brasília Teresa Marques, curadora da exposição histórica Oh, Igualdade! Por que tardas? Mulheres em busca da igualdade política no Brasil

Igualdade é uma das palavras incorporadas ao vocabulário político do Ocidente no século 18. Desde então, tornou-se um importante fundamento das democracias. Inicialmente, ela foi invocada para definir que todos os homens eram iguais perante a lei e logo foi empregada para indicar a igualdade política. No entanto, as mulheres não foram consideradas iguais aos homens para o exercício de funções políticas. Nem eram tratadas pela lei da mesma forma que os homens.

A exposição Oh, Igualdade! Por que tardas? trata dos momentos em que o Legislativo brasileiro discutiu a admissão das mulheres na vida política do País. Resulta da parceria entre profissionais da Universidade de Brasília e da Câmara dos Deputados.

Em 1831, foi apresentado o primeiro projeto de lei que admitia que parcela da população feminina pudesse votar nos pleitos municipais. Nas décadas seguintes, nas reformas eleitorais e constitucionais, a extensão de direitos políticos às mulheres foi debatida, sem alcançar o consenso necessário para ser aprovada.

Em 1916, professoras se manifestaram indignadas contra essa exclusão, pois sobre seus ombros recaía a formação dos futuros homens da nação, sem que elas próprias pudessem votar.

Esta exposição — aberta à visitação do público de 10 de novembro de 2016 a 6 de fevereiro de 2017 na Galeria de Arte do Salão Nobre, Câmara dos Deputados — celebra o centenário da primeira representação formal, elaborada pela professora Mariana de Noronha Horta e encaminhada à Câmara dos Deputados em agosto de 1916.

De 1831 aos nossos dias muita coisa mudou no sistema político brasileiro, graças aos esforços de mulheres e de homens que defenderam a igualdade política como princípio norteador da democracia.

A exposição apresenta material do acervo da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, da Biblioteca Nacional e do Museu Nacional, além de documentos do Museu Imperial de Petrópolis (RJ), do Museu da República, do Itamaraty, da Unicamp, da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC), das Nações Unidas, da Fiocruz e do Arquivo Nacional, entre outros.